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Altice perdeu mais de metade do valor em bolsa em 2017

A empresa de Patrick Drahi foi a segunda cotada do índice europeu Stoxx600 que registou a maior queda. Desde o início do ano, perdeu mais de 50% do valor em bolsa.

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Sara Ribeiro sararibeiro@negocios.pt 31 de Dezembro de 2017 às 13:00

2017 foi um ano turbulento para a Altice. Depois de vários anos marcados pela febre compradora, a elevada dívida do grupo fundado por Patrick Drahi associada aos resultados abaixo do esperado agravaram a preocupação dos investidores. E os resultados do terceiro trimestre, divulgados a 2 de Novembro, foram a gota de água. No dia seguinte, 3 de Novembro, os títulos da Altice iniciaram a trajectória de fortes quedas.

Desde essa data, acumularam uma queda superior a 40%. Analisando desde o início do ano, o grupo perdeu mais de metade do valor em bolsa.


Foi, aliás, a segunda cotada que mais caiu entre as 600 empresas que compõem o principal índice europeu, o Stoxx600. A Altice só foi superada pela empresa holandesa de imobiliário Steinhoff International, dona da Conforama, que perdeu mais de 90% do valor.

As contas da Altice foram impactadas, de forma negativa, pela queda que tem registado em França, mercado onde tem perdido clientes há vários trimestres. Em Portugal, através da Meo, os proveitos também têm caído, a par da receita média por cliente. E o crescimento que tem registado nos EUA não chega para compensar a evolução do negócio nos outros países e para desalavancar a dívida que ascende a 50 mil milhões de euros.

Para tentar acalmar os investidores, no dia 9 de Novembro a dona da Meo anunciou uma reorganização da gestão da empresa, com Patrick Drahi e os seus homens de confiança a voltarem a assumir um papel-chave.

Estas alterações fizeram uma baixa pelo caminho: Michel Combes, que ocupava o cargo de presidente executivo da Altice desde Junho de 2016. Dexter Goei foi o nome escolhido para ocupar o lugar de Combes, acumulando com o de presidente executivo da Altice EUA. No entanto, o gestor abandonou o cargo de chairman do grupo, que voltou a ser desempenhado por Patrich Drahi.

O sócio português Armando Pereira também voltou a ter um papel de destaque na gestão da Altice, passando a ser o director de operações (COO) de telecomunicações, com especial foco em França, mercado que tem sido a principal dor de cabeça do grupo.

Estas alterações não acalmaram o mercado. As acções da Altice continuam em fortes quedas. Mesmo com a apresentação do novo plano estratégico divulgado a 15 de Dezembro. A desalavancagem da dívida e a venda de activos passaram a ser o foco da empresa.

 

Uma estratégia que, mesmo assim, não aclamou de imediato os investidores. Aliás, no final de Novembro as acções da Altice atingiram valores mínimos de Outubro de 2014 para 6,441 euros. Desde que atingiu esse mínimo, os títulos recuperaram mais de 30%.

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