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Tecnológicas unem-se em defesa da Apple

Depois do aplauso da Google, do Whatsapp e até de Edward Snowden, também o Twitter e o Facebook revelaram estar do lado da Apple na disputa com o FBI.

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FBI vs. Apple: Doesn't the NSA Already Have a Way In?
19 de Fevereiro de 2016 às 13:57
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Agora é a vez das redes sociais declararem o apoio à Apple. O Facebook e o Twitter também saíram em defesa de Tim Cook, CEO da Apple, depois de este ter recusado o acesso ao iPhone de um dos autores do ataque terrorista na Califórnia por parte das autoridades norte-americanas. As empresas concordam que o acesso do FBI ao aparelho abriria um grave precedente.

 

Jack Dorsey, CEO do Twitter, revelou publicamente o seu apoio à causa de Tim Cook através de uma publicação na sua rede social. "Estamos com Tim Cook e com a Apple (e agradecemos a sua liderança)", escreveu o líder da rede social dos 140 caracteres.

 

Também o Facebook se intrometeu neste debate e, através de uma declaração citada esta sexta-feira, 19 de Fevereiro, pela revista Fortune, disse que "condenamos o terrorismo e temos total solidariedade para com as vítimas do terror". Ainda assim, "vamos continuar a lutar agressivamente contra os pedidos para que as empresas enfraqueçam os seus sistemas de segurança. Estes pedidos iriam criar um precedente assustador e iriam obstruir os esforços das empresas para tornar os seus produtos seguros", lê-se no documento.

 

O Wall Street Journal escreve que as autoridades locais e federais começam a revelar frustração para com as informações encriptadas nos "smartphones". O procurador de Manhattan Cyrus Vance disse que este caso da Apple é "o exemplo mais visível de como as decisões de Silicon Valley estão a impedir as investigações criminais e a pôr em risco a segurança pública". Don Mihalek, representante dos serviços secretos norte-americanos na Federal Law Enforcement Officers Association, afirmou que "a encriptação tornou impossível que os agentes da lei façam o seu trabalho".

 

Também Bernie Sanders e Hillary Clinton já comentaram o caso. Num debate em Las Vegas esta quinta-feira, os candidatos democratas à Casa Branca não se comprometeram. "Esta é uma questão muito complicada", disse Bernie Sanders. "Temo o 'Big Brother' na América, o que significa que o Governo pode ler os nossos e-mails ou saber os livros que requisitamos na biblioteca. Mas, por outro lado, também me preocupa a possibilidade de outro acto terrorista acontecer no nosso país", acrescentou.

 

Hillary Clinton alinhou no mesmo discurso e disse que "este é um dos maiores dilemas que enfrentamos. Compreendo os dois lados e acho que a maioria dos cidadãos compreende os dois lados. Continuo a apelar para que o Governo e as nossas grandes empresas tecnológicas cheguem a acordo para perceberem qual é o caminho".

 

O jornal The Guardian escreve esta sexta-feira que, se o precedente for aberto, não há nada que impeça as autoridades de forçar a Apple ou a Google a colocarem um utilizador sob vigilância. O FBI e a Casa Branca explicaram que estão apenas interessados em aceder ao telemóvel do terrorista.

 

Já na quinta-feira, 18 de Fevereiro, a Google, o Whatsapp e até o ex-funcionário da CIA revelaram o seu apoio a Tim Cook. Snowden disse mesmo que este é "o caso tecnológico mais importante da década", enquanto Sundar Pichai escreveu que "forçar as empresas a permitir o acesso pode comprometer a privacidade dos utilizadores" e pediu mesmo um debate sério sobre o assunto.

 

Na passada terça-feira, 16 de Fevereiro, a Apple revelou que não iria obedecer ao pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América para permitir o acesso ao iPhone usado por um dos autores do ataque terrorista em San Bernardino, na Califórnia, por parte dos investigadores.

 

Numa carta assinada por Tim Cook, a tecnológica referiu que, ao desbloquear o iPhone, iria abrir um "perigoso precedente". "Embora acreditemos que as intenções do FBI são boas, seria errado o Governo forçar-nos a dar acesso aos nossos produtos. Tememos que este pedido contrarie as mesmas liberdades que o Governo supostamente protege", lê-se na carta da gigante tecnológica.

 

A 2 de Dezembro, 14 pessoas morreram e 22 ficaram gravemente feridas depois de um ataque terrorista em San Bernardino, na Califórnia. O ataque consistiu num tiroteio durante uma festa de uma empresa e foi perpetrado por Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik, que acabaram por morrer depois de uma troca de tiros com a polícia.

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