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Tecnologia portuguesa vai controlar entradas em todos os aeroportos da Austrália

O contrato por três anos terá sido adjudicado por mais de 15 milhões de euros. Desde 2015 que a empresa já fornecia soluções tecnológicas deste género, mas para as zonas de partidas dos aeroportos.

DR/Vision-Box
27 de Julho de 2017 às 13:52
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Em breve, todos os passageiros que cheguem aos aeroportos internacionais australianos passam a ser fiscalizados à entrada do território por tecnologia portuguesa.

A Vision-Box anunciou esta quinta-feira, 27 de Julho, ter sido escolhida pelo governo de Camberra para instalar, no espaço de três anos, uma tecnologia de processamento de passageiros de nova geração que passa pelo reconhecimento do passageiro através de dados biométricos e sem necessidade de apresentação de passaporte.

Este será, de acordo com um comunicado da empresa, o primeiro sistema automatizado do mundo para um processo de admissão no país sem contacto e com identificação biométrica através da face. A empresa irá apoiar com a sua tecnologia os serviços de imigração na recolha e verificação de dados biométricos.  

A imprensa australiana, citando o ministro do Interior, Peter Dutton, refere que a adjudicação foi feita por 22,5 milhões de dólares australianos (15,38 milhões de euros à cotação actual). Os meios locais adiantam que o contrato é válido de 26 de Junho deste ano a 25 de Junho de 2020. O valor e a validade do contrato são confirmados pela Vision-Box.

"A Austrália está comprometida em tornar-se um líder mundial no uso de biometria na nossa fronteira para facilitar as viagens legítimas, proteger a nossa comunidade e impedir as actividades de potenciais terroristas e criminosos," afirmou o ministro citado pelo site ARN.

A participação no projecto começou em 2015, quando o governo australiano seleccionou a empresa para fornecer os sistemas de controlo biométrico SmartGates em todas as zonas de partidas dos aeroportos. Em 2016 foi lançado o procedimento para o controlo das chegadas, agora ganho pela empresa portuguesa.

"Este contrato representa um marco sem paralelo na história da automação da fronteira, já que é a primeira vez que um governo implementa a identificação biométrica através de um serviço que prescinde de contacto," afirma Miguel Leitmann, CEO e co-fundador da Vision-Box, no comunicado às redacções pela empresa sediada em Carnaxide.

Os 22,5 milhões de dólares deste contrato fazem parte do investimento de 123,6 milhões destinados a melhorar o controlo fronteiriço do país, refere o site tecnológico ARN.

Todos os anos, 40 milhões de passageiros passam pelos aeroportos australianos.

Solução ainda não será "on the move"

Há quatro meses, a Vision-Box esteve em Amesterdão a apresentar o conceito Seamless Gateway, na altura definido como o "primeiro sistema sem contacto e de identificação biométrica através da face", que contribui para reduzir a quantidade de paragens do viajante em locais de controlo, nomeadamente com as autoridades fronteiriças.

Naquele sistema, a identificação é feita em poucos segundos através de reconhecimento facial e enquanto o passageiro se desloca. O próprio sistema disponibiliza, se necessário, meios alternativos de identificação, adaptando-se às necessidades de cada passageiro.

Esta ainda não será, segundo Catarina Meleiro, directora de comunicação da empresa, a solução a implementar na Austrália. Em declarações ao Negócios, a responsável refere que os passageiros cujos dados já estejam nas bases oficiais do país - passaporte e biométricos - poderão entrar no país sem necessidade da apresentação de documentos e apenas com a captura de uma imagem da face.

"Mas ainda não será 'on the move'", ou seja, sem necessidade de o passageiro parar no controlo fronteiriço. Para já, essa paragem vai continuar a acontecer.

A Vision-Box assegura a interoperabilidade deste sistema de forma a garantir procedimentos de segurança elevados e proporcionando ao utilizador uma nova experiência durante a viagem.

Esta tecnologia desenvolvida pela empresa captura imagens de cada passageiro durante os procedimentos de chegada e faz corresponder esses elementos aos seus dados de identificação biométricos e biográficos.

Os elementos relativos ao passageiro ficam desta forma disponíveis para interligação com as bases de dados do aeroporto, da companhia aérea e dos serviços de imigração, sem necessidade de mais contactos.

A Vision-Box gere mais de 1300 soluções de controlo automatizado de fronteiras em mais de 70 aeroportos internacionais e dispõe de mais de quatro mil sistemas electrónicos de identificação implementados pelo mundo.

(Notícia actualizada às 16:01 com declarações da directora de comunicação da Vision-Box)
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