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TAP suspende operação para Bissau por "grave" quebra de segurança
A TAP decidiu suspender a operação para a Guiné Bissau, "perante a grave quebra de segurança ocorrida na fase de embarque do voo TP202, de Bissau para Lisboa" que trouxe à capital nacional 74 sírios.
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“Perante a grave quebra de segurança ocorrida na fase de embarque do voo da TAP TP202 de Bissau para Lisboa na madrugada do dia 10 de Dezembro, que implicou o embarque de 74 passageiros com documentos comprovadamente falsos, a rota Lisboa/Bissau/Lisboa encontra-se suspensa até uma completa avaliação das condições de segurança no aeroporto em Bissau”, explicou a TAP em comunicado.
A transportadora aérea referiu que “está a desenvolver esforços para minimizar o impacto desta decisão sobre os seus passageiros, estando designadamente a procurar ligações alternativas”.
"O Governo compreende e apoia a decisão", diz o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.
O Negócios sabe que a tripulação do referido voo foi ameaçada com recurso a armas, para persuadir ao embarque.
Não se sabe como é que estes cidadãos sírios fizeram o trajecto entre a Síria e Casablanca, de onde voaram até à Guiné para chegarem a Lisboa na madrugada de terça-feira. O grupo incluia crianças, e uma mulher grávida, e pretendia pedir asilo político a Portugal.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) entregou o seu alojamento ao Instituto de Segurança Social, enquanto leva a cabo “diligências no sentido de documentar as verdadeiras identidades” destes 74 candidatos ao estatuto de refugiados.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) refere que "as condições de segurança na Guiné-Bissau deterioraram-se fortemente após o Golpe de Estado de Abril de 2012. Por esse motivo, o Governo Português vem desaconselhando quaisquer viagens não essenciais àquele país".
E em relação ao voo especifico, o MNE adiantou que "o Governo português continua em contacto com a TAP para que se encontrem rotas alternativas para os passageiros afectados enquanto aquela ligação estiver suspensa".
"O Governo Português encetou desde o primeiro momento as medidas apropriadas no campo diplomático para reagir ao ocorrido. Entre outras medidas, o encarregado de Negócios da Guiné-Bissau foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo-lhe sido transmitida a gravidade do ocorrido", concluiu.
Governo de transição da Guiné-Bissau abre processo
O governo de transição da Guiné-Bissau anunciou já esta quarta-feira que vai abrir um processo de averiguações sobre as circunstâncias em que 74 passageiros sírios viajaram da capital do país para Lisboa com passaportes turcos falsos, avança a agência Lusa.
Da reunião de hoje do Conselho de Ministros "saíram recomendações para averiguação do sucedido", sendo que "os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros vão apresentar relatórios" relatando o que passou, referiu Fernando Vaz, ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros.
Questionado pela Lusa sobre o facto de a tripulação ter sido coagida pelas autoridades guineenses a transportar as 74 pessoas depois de detetada a irregularidade, Fernando Vaz remeteu os comentários para mais tarde.
"Não vou comentar aquilo de que não tenho informação precisa. Quando tivermos o relatório iremos posicionar-nos", referiu. "Isso para mim é estranho, é novo", acrescentou.
Ainda segundo Fernando Vaz, foi recomendado que os relatórios sobre o sucedido sejam apresentados "o mais rapidamente possível".