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Sines quer ter "papel preponderante na transição digital" com novo megacentro de dados

Na apresentação pública do projeto, que decorre esta manhã, o autarca de Sines destacou que o projeto permitirá à região ter um papel preponderante na transição digital, um dos pilares da presidência portuguesa da UE.

23 de Abril de 2021 às 11:46
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Sines quer ter um papel "preponderante" na transição digital, afirmou Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara Municipal de Sines, na apresentação pública do projeto, esta manhã. A cidad vai receber o projeto Sines 4.0, que contempla a criação de um megacentro de dados, que se afigurará como um dos maiores campus de centro de dados da Europa. 

"O projeto Sines 4.0 foi aposta natural e é de enorme relevância para Sines, não apenas pela dimensão mas pela inovação que vai gerar", garantiu o autarca, destacando o "contributo para a transição digital", que permitirá à região posicionar-se na "dianteira dos projetos mais inovadores e ambiciosos". 

Na escolha de Sines terá pesado a questão energética e o foco na sustentabilidade - a empresa responsável pelo projeto pretende construir um data centre "o mais sustentável possível". As infraestruturas de centros de dados consomem quantidades avultadas de energia, já que é necessário assegurar a alimentação dos servidores e ainda o arrefecimento das estruturas. 

O projeto prevê a construção de cinco edifícios, com capacidade de fornecimento de 450 MW de energia aos servidores. O Sines 4.0 ficará localizado nos terrenos contíguos à recentemente encerrada central a carvão de Sines. A proximidade do mar é descrita como uma vantegem estratégica, já que permitirá recorrer à água do mar para a refrigeração dos sistemas.

Também as boas condições de conectividade de Sines, que permite ligações a 62 países e a vários cabos de transmissão de dados, foi um factor mencionado na apresentação do projeto.

Na mesma ocasião, Afonso Salema, managing director da Start Campus, a empresa responsável pelo projeto, referiu que "este é o culminar de mais de dois anos de trabalhos". "Sines surgiu não só como uma localização única", referiu o responsável, mas também por fatores como a conectividade do município ou a possibilidade de arrefecimento mais sustentável. 

O primeiro edifício deste projeto tem inauguração prevista para 2023, foi avançado na apresentação. Na mesma ocasião foi assinado o contrato de direito de superfície no parque de Sines entre a Piooner Point Partners e AICEP Global Parques.


Projeto terá papel determinante na criação de emprego qualificado
Pedro Siza Vieira, ministro da Economia e da Transição Digital, sublinhou a importância de projetos desta dimensão para "ajudar a capacitar a aceleração destas mudanças [transição digital e energética]". O governante ressalvou que o projeto exige da classe governativa a capacidade de mobilização para viabilizar projetos desta dimensão, assegurando que "as oportunidades se concretizam e que revertem em benefício do país". 

"Precisamos de dar a conhecer e divulgar as nossas condições de conectividade", fincou Siza Vieira. 

Para o governante, que tem também a seu cargo a pasta da Transição Digital, é através da viabilização de projetos como o Sines 4.0 que o país poderá "criar empregos qualificados". "É crítico fazer projetos desta escala, que possam servir o mundo, para que os nossos jovens possam encontrar ofertas de emprego à altura das suas ambições e qualificações."

O projeto Sines 4.0 prevê um investimento de até 3,5 mil milhões de euros destinado à criação de um megacentro de dados global em Portugal. De acordo com a Start Campus, a entidade responsável pelo projeto, vão ser criados até 1.200 postos de trabalho diretos altamente qualificados e até 8 mil empregos indiretos até 2025.

"O Sines 4.0 será um dos maiores campus de centros de dados ['Hyperscaler Data Centre'] da Europa e dá resposta à crescente procura de grandes empresas internacionais de tecnologia fornecedoras de serviços de 'streaming', 'social media', 'e-commerce', 'gaming', educação 'online', videoconferência e outros de processamento e armazenagem de dados e de aplicações empresariais", refere a Start Campus, em comunicado. A empresa é detida pelos norte-americanos da Davidson Kempner Capital Management LP (Davidson Kempner) e pelos britânicos da Pioneer Point Partners. 

(notícia atualizada)
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