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Investimento em centros de dados deverá crescer em Portugal nos próximos anos, diz CBRE

O investimento em centros de dados promete ser uma tendência no futuro e essa expansão poderá ter também impacto em Portugal, aponta a consultora na prestação de serviços no setor imobiliário.

23 de Junho de 2021 às 14:51
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No primeiro relatório sobre o mercado de centros de dados em Portugal, a CBRE aponta que o investimento nesta área deverá crescer no mercado português, impulsionado pelo desenvolvimento de tecnologias como a internet das coisas (IoT), inteligência artificial (IA) ou a computação em cloud, entre outras.

A análise feita pela empresa aponta que a procura por parte de empresas de computação em nuvem tenha sido responsável por parte do crescimento nos mercados europeus mais tradicionais. A consultora indica também que se começa agora "a revelar um interesse semelhante no mercado português".

"Apesar de o mercado português de centros de dados ser pequeno, com uma presença limitada de operadores internacionais e ainda sem prestadores hiperescala [os maiores prestadores de computação cloud e serviços de internet, que constroem os próprios centros de dados]", diz a CBRE, a consultora identificou 27 centros de dados de colocação e alojamento. "No entanto, deste conjunto, 12 prestam serviços de TI e alojamento, o que significa que o operador possui não apenas o centro de dados, mas também os servidores internos - ou seja, trata-se de uma venda de um serviço em oposição a um arrendamento de espaço, o denominado mercado de colocação." A maioria destas instalações fica em Lisboa ( com sete centros de dados de colocação com operador neutro) e no Porto e é gerida por empresas portuguesas de telecomunicações ou de infraestruturas, continua a CBRE.

Anthony Labadie, diretor de data centre solutions da CBRE para o mercado ibérico, avança que o mercado de data centres na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) deverá continuar a passar por "um crescimento sustentado ao longo de 2021 e em 2022 e que o desenvolvimento e a implementação de novas tecnologias, tais como 5G, IA, RV, cloud, entre outras, vai potenciar este crescimento e gerar novas oportunidades para investidores em Portuga".

"A presença de novos investidores, combinada com a crescente procura, vai impelir os prestadores de serviços a assegurar elevadas capacidades em data centres para atender às necessidades dos seus clientes, tanto do setor público como do privado. Portugal, e Lisboa em particular, vão verificar uma grande transformação no cenário atual dos data centres. Estão previstos chegar ao mercado novos projetos ambiciosos em resposta ao crescente interesse de prestadores de serviços internacionais em estabelecer uma presença no mercado português", avança este responsável.

A CBRE recorda três projetos recentemente anunciados nesta área: um no Porto de Leixões, pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL); outro em Castanheira do Ribatejo, pelas mãos da Merlin; e ainda o projeto Sines 4.0, por parte da Start Campus (uma parceria entre a Pioneer Point Partners e a Davidson Kempner Capital), que prevê o desenvolvimento de cinco centros de dados, com uma capacidade de 90 MW cada um.

"Portugal apresenta diversos fatores que atraem os investidores para o mercado de data centres, entre os quais se destacam as taxas de rentabilidade estáveis e elevadas face a outras classes de ativos, assim como a possibilidade de ter custos energéticos mais reduzidos devido a uma maior oferta de energias renováveis, o que se traduz numa preocupação com a sustentabilidade que é cada vez mais evidenciada pelos fundos de investimento institucionais", aponta Nuno Nunes, senior director para a área de Capital Markets da CBRE Portugal.

O relatório destaca como vantagem os novos cabos submarinos para o mercado de centro de dados, indicando que existem atualmente dez cabos submarinos intercontinentais com ligação ou término em Portugal, "dois dos quais recentemente construídos".

Este relatório avança ainda que, na Europa, os quatro maiores mercados de centros de dados (Frankfurt, Londres, Amesterdão e Paris), deverão contar com uma oferta total anual superior a 2.500 MW em 2022, um aumento face à previsão de 2.100 MW previstos para este ano.
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