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Investimento de 3,5 mil milhões cria megacentro de dados em Sines com 1.200 empregos altamente qualificados

A empresa de capitais anglo-americanos start campus vai investir até 3.500 milhões de euros num megacentro de dados global em Sines que criará até 1.200 empregos diretos altamente qualificados e 8.000 indiretos até 2025.

23 de Abril de 2021 às 07:50
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Classificado desde março como Projeto de Interesse Nacional (PIN), o investimento da start campus - empresa detida pelos norte-americanos da Davidson Kempner Capital Management LP (Davidson Kempner) e pelos britânicos da Pioneer Point Partners -- é apresentado na sexta-feira numa cerimónia que participam, entre outros governantes, o primeiro-ministro, António Costa.

"O Sines 4.0 será um dos maiores 'campus' de centros de dados ['Hyperscaler Data Centre'] da Europa e dá resposta à crescente procura de grandes empresas internacionais de tecnologia fornecedoras de serviços de 'streaming', 'social media', 'ecommerce', 'gaming', educação 'online', videoconferência e outros de processamento e armazenagem de dados e de aplicações empresariais", salienta a empresa num comunicado enviado hoje à Lusa.

De acordo com os promotores, o novo megacentro de dados será "a infraestrutura central de última geração no coração do projeto Sines 4.0", combinando "as necessidades da nova era da informação e da transição digital com a posição geográfica única de Sines" e "contribuindo significativamente para a transição energética de Portugal".

O objetivo da start campus é que o Sines 4.0 tenha "uma pegada de carbono líquida zero, garantindo preços de energia competitivos a nível global, segurança, estabilidade e 'compliance' em segurança de dados".

O projeto prevê a construção de cinco edifícios com capacidade útil de fornecimento de 450 Megawatts (MW) de energia aos servidores, com 90 MW cada, e ficará localizado nos terrenos contíguos à recentemente encerrada central termoelétrica a carvão de Sines.

Conforme salienta a start campus, o Sines 4.0 beneficiará, assim, "de todas as vantagens estratégicas deste local, como a refrigeração com água do mar, acesso à rede elétrica de alta tensão, conectividade através da ligação a cabos de fibra ótica internacionais de alta capacidade com a América do Norte, África e América do Sul e utilização potencial de energia 100% verde e ambientalmente sustentável, com indicadores de consumo de água e criando PUE ('Power Usage Effectiveness') altamente eficientes".

"O Sines 4.0 contribuirá para Portugal reemergir como 'player'-chave no mercado internacional de dados e conectividade e construir a próxima etapa dos 150 anos de história do país como ponto de ligação europeu nas telecomunicações globais", sustentam os promotores.

Segundo referem, o projeto "alavanca a posição geográfica estratégica de Sines e Portugal no extremo da Europa através dos novos cabos submarinos agora a entrar em operação, em construção ou em desenvolvimento", nomeadamente o EllaLink (ligando Portugal à Madeira e América do Sul), Equiano e 2Africa (ligando todo o continente africano à Europa através de Portugal).

"Portugal pode, assim, voltar a ser o principal 'hub' de dados entre a Europa, as Américas, África e outros e tornar-se a porta de entrada para a multiplicação da conectividade transatlântica", realçam.

O projeto Sines 4.0 está a ser desenvolvido pela start campus em parceria com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), a Câmara Municipal de Sines e o Governo português, através dos ministérios da Economia e Transição Digital, do Ambiente e da Transição Energética, dos Negócios Estrangeiros e da Internacionalização e das Infraestruturas e da Habitação.

Citado no comunicado, o sócio fundador da Pioneer Point Partners e porta-voz da start campus apresenta o Sines 4.0 como "um 'data centre' sustentável de grande escala, que dá resposta às necessidades do mercado global".

"A disponibilidade de energia verde local a preços competitivos, combinada com a proximidade geográfica a três continentes, com ligação rápida através de novos cabos submarinos de alta velocidade, fazem de Sines um local ideal que projeta Portugal no tráfego internacional de dados, que tem sido apontado como o novo 'petróleo' da economia digital", afirma Sam Abboud.

Realçando que "Portugal vai beneficiar de um grande investimento, que coloca o país no centro da rede global transatlântica de dados", o responsável assume-se "ansioso" para, "em breve, anunciar mais investimentos sinérgicos em Portugal".

Maior investimento desde a Autoeuropa

O secretário de Estado da Internacionalização apontou hoje à Lusa o "enorme potencial de exportação de serviços" do projeto anglo-americano de um 'data centre' em Sines, que destaca como "o maior investimento estrangeiro captado pelo país desde a Autoeuropa".

 

"Tem o potencial de ser o maior investimento estrangeiro captado pelo país desde a Autoeuropa", disse Eurico Brilhante Dias em declarações à agência Lusa no âmbito da apresentação do projeto esta sexta-feira.

 

O secretário de Estado salientou que o projeto -- denominado Sines 4.0 - "altera uma parte importante das características do investimento" que tem sido captado para Sines, dada o seu perfil de "transição digital e energética".

 

"É um projeto de transição digital pelas oportunidades que os 'data centres' e a economia dos dados nos vão dar neste século XXI e, ao mesmo tempo, é de transição energética, porque cada vez mais quem investe procura localizações que possam ser abastecidas a partir de energias renováveis", afirmou.

O governante destacou ainda o "enorme potencial de exportação de serviços" do investimento, classificado desde março como Projeto de Interesse Nacional (PIN) e cujo contrato de localização em Sines foi assinado hoje com a AICEP Global Parques.

 

"Estamos a falar de um investimento que tem potencial - segundo informação da própria empresa - para ter aproximadamente entre 700 a 1.200 postos de trabalho e que tem, evidentemente, a possibilidade de sermos prestadores de serviços. Estamos, no essencial, a falar de um 'data centre' que, mais tarde, irá transacionar serviços com o exterior. Portanto é, ao mesmo tempo, um grande investimento estrangeiro com enorme potencial de exportação de serviços", realçou.

 

Recordando que "o ano 2020 foi particularmente difícil para a economia mundial e, também, para a economia portuguesa, apesar do 'stock' de investimento direto estrangeiro ter aumentado em 2020 em Portugal", Brilhante Dias destacou este projeto como "sem dúvida, o maior investimento estrangeiro que o país captou desde a Autoeuropa".

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