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“Sines será um dos grandes centros do desenvolvimento económico do nosso país no século XXI”, diz Costa

O primeiro-ministro afirmou que o projeto do megadata centre em Sines permite ao país conjugar dois pontos fulcrais da estratégia para os próximos anos - a transição digital e a transição energética.

Pedro Sarmento Costa / Lusa
23 de Abril de 2021 às 12:49
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Na apresentação pública do projeto Sines 4.0, que contempla um investimento de 3,5 mil milhões de euros para a instalação de um megadata centre em Sines, o primeiro-ministro afirmou que a cidade "será um dos grandes centros do desenvolvimento económico do nosso país no século XXI". 

Ao longo da intervenção, António Costa destacou as diversas potencialidades de Sines, como a ligação a cabos marítimos de dados, a capacidade para a produção de energia verde ou ainda o Porto de Sines como "um enorme ativo". 

De acordo com o anúncio da Start Campus, a empresa responsável pelo projeto deste centro de dados, será possível dar resposta à crescente procura de grandes empresas internacionais de tecnologia, fornecedoras de diversos serviços, do 'streaming' às redes sociais. Também António Costa destacou a importância dos dados - tanto na economia atual como nas próximas décadas. Os dados têm, aliás, merecido uma significativa atenção por parte da Comissão Europeia, que já elaborou uma estratégia para o desenvolvimento focada nos dados.

"Numa economia do futuro, cada vez mais digitalizada, a circulação de dados é crucial. Tal como foi ponto de partida de Vasco da Gama, Sines é também local de excelência para instalação de novos cabos de interconexão digital entre a Europa e outros destinos", destacou Costa, que acredita que a cidade tem "condições únicas para a amarração de novos cabos". "Tal como o Porto de Sines trouxe a indústria associada ao transporte de bens e mercadorias, necessariamente os cabos de Sines fazem ponto de ligação para toda a indústria assente em tecnologia."

Projeto permite conjugar ambição de liderar nas transições digital e climática

Através deste novo projeto, que pretende recorrer às energias renováveis para a alimentação dos pontos de armazenamento de dados e arrefecimento das estruturas, António Costa defendeu que será possível a Portugal "conjugar aquilo que é a nossa ambição de liderar na transição digital mas também na transição climática." 

Além da disponibilidade de energia renovável em Sines, também o preço da energia foi um factor decisivo para os responsáveis pelo projeto. "Podemos cada vez mais ser um centro de produção das energias do futuro", afirmou o governante. "Aquilo que mais me motivou a estar aqui hoje presente a testemunhar este primeiro passo, que foi a assinatura do contrato de direito de superfície no parque de Sines, foi este ser um exemplo de excelência de transição digital e energética". Para Costa, este afigura-se como um exemplo de que "estas transições não são uma ameaça ao desenvolvimento económico e à criação de emprego". 

"É um projeto que, independentemente da dimensão, é desde já um investimento absolutamente simbólico. Demonstra tudo o que são as nossas bases da estratégia de desenvolvimento", afirmou, focando-se em pontos como a "energia renovável e a baixo custo" e a possibilidade de o país "estar na linha da frente da transição digital."

O projeto Sines 4.0 prevê um investimento de 3,5 mil milhões de euros, que o Governo já classificou como "o maior investimento estrangeiro em Portugal desde a Autoeuropa". Através da criação deste megadata centre, que prevê a construção de cinco edifícios com capacidade útil de fornecimento de 450 Megawatts (MW) de energia aos servidores, com 90 MW cada, a empresa responsável explica que será possível criar até 1.200 empregos diretos na região. Tendo em conta os postos de trabalho indiretos, a cifra poderá chegar aos 8 mil empregos. 

O objetivo da start campus é que o Sines 4.0 tenha "uma pegada de carbono líquida zero, garantindo preços de energia competitivos a nível global, segurança, estabilidade e 'compliance' em segurança de dados", afimou a Start Campus, em comunicado. 

A companhia defendeu que o Sines 4.0 beneficiará, assim, "de todas as vantagens estratégicas deste local, como a refrigeração com água do mar, acesso à rede elétrica de alta tensão, conectividade através da ligação a cabos de fibra ótica internacionais de alta capacidade com a América do Norte, África e América do Sul e utilização potencial de energia 100% verde e ambientalmente sustentável, com indicadores de consumo de água e criando PUE ('Power Usage Effectiveness') altamente eficientes".

"O Sines 4.0 contribuirá para Portugal reemergir como 'player'-chave no mercado internacional de dados e conectividade e construir a próxima etapa dos 150 anos de história do país como ponto de ligação europeu nas telecomunicações globais".

(notícia atualizada)
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