Notícia
Negociações para venda do negócio da TikTok nos EUA complicam-se
Falta saber se os algoritmos centrais da aplicação serão incluídos numa potencial venda, avançou o The Wall Street Journal.
Estes algoritmos decidem que vídeos os utilizadores veem sem primeiro lhes requererem que sigam outros utilizadores ou que especifiquem as suas preferências.
A decisão chinesa seguiu-se aos esforços do presidente norte-americano, Donald Trump, no sentido de forçar a venda pelos chineses do negócio da TikTok nos EUA, onde conta com 100 milhões de utilizadores.
Essas restrições às exportações significam que o proprietário chinês da TikTok, a ByteDance Ltd., terá de obter uma licença para exportar qualquer tecnologia restrita para uma empresa estrangeira.
A questão é saber se os seus algoritmos precisam da aprovação do governo chinês para serem transferidos e, se assim for, se Pequim autorizará a transferência.
O jornal adiantou que tanto os eventuais compradores, como o vendedor, ByteDance, estão a procurar esclarecer a situação. Entre os interessados na compra está a dupla Microsoft-Walmart.
Representantes da Microsoft e da Walmart rejeitaram comentar a situação e os responsáveis da TikTok e da Oracle não responderam de imediato aos pedidos de comentário.
A intenção de a Microsoft comprar o TikTok nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia já era conhecida há semanas, tendo depois unido esforços com a Walmart. Mas a dupla não está sozinha na corrida: também a Oracle e o Twitter já foram referidos como potenciais compradores.
Recorde-se que, no passado dia 3 de agosto, Donald Trump declarou que a ‘app’ chinesa de partilha de vídeos deixaria de funcionar’nos Estados Unidos se não fosse vendida a uma empresa norte-americana até 15 de setembro.
Nos últimos tempos, os decisores políticos norte-americanos têm vindo a manifestar receios relativamente à ‘app’, com muitos deles a dizerem que poderá colocar riscos em matéria de segurança nacional, devido aos dados que podem passar para a China e à propaganda que pode chegar em sentido contrário.
O outro motivo inconfesso de preocupação prende-se com a entrada chinesa num feudo dominado exclusivamente por tecnológicas norte-americanas.
Segundo o secretário de Estado, Mike Pompeo, receia-se que haja tecnológicas chinesas com presença nos EUA a fornecer dados às autoridades de Pequim.