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Negociações para venda do negócio da TikTok nos EUA complicam-se

Falta saber se os algoritmos centrais da aplicação serão incluídos numa potencial venda, avançou o The Wall Street Journal.

02 de Setembro de 2020 às 01:25
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As negociações para a venda das operações da TikTok nos Estados Unidos complicaram-se devido à questão de saber se os algoritmos centrais da aplicação podem ser incluídos no negócio, avançou o The Wall Street Journal.

Estes algoritmos decidem que vídeos os utilizadores veem sem primeiro lhes requererem que sigam outros utilizadores ou que especifiquem as suas preferências.

Com base em fontes não identificadas, mas conhecedoras do processo, o jornal garantiu que os algoritmos estavam integrados no negócio até à passada sexta-feira - altura em que o governo chinês introduziu restrições à exportação da tecnologia de inteligência artificial, como a que alimenta a TikTok.

A decisão chinesa seguiu-se aos esforços do presidente norte-americano, Donald Trump, no sentido de forçar a venda pelos chineses do negócio da TikTok nos EUA, onde conta com 100 milhões de utilizadores.

Essas restrições às exportações significam que o proprietário chinês da TikTok, a ByteDance Ltd., terá de obter uma licença para exportar qualquer tecnologia restrita para uma empresa estrangeira.

A questão é saber se os seus algoritmos precisam da aprovação do governo chinês para serem transferidos e, se assim for, se Pequim autorizará a transferência.

O jornal adiantou que tanto os eventuais compradores, como o vendedor, ByteDance, estão a procurar esclarecer a situação. Entre os interessados na compra está a dupla Microsoft-Walmart.

Representantes da Microsoft e da Walmart rejeitaram comentar a situação e os responsáveis da TikTok e da Oracle não responderam de imediato aos pedidos de comentário.

A intenção de a Microsoft comprar o TikTok nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia já era conhecida há semanas, tendo depois unido esforços com a Walmart. Mas a dupla não está sozinha na corrida: também a Oracle e o Twitter já foram referidos como potenciais compradores.

Recorde-se que, no passado dia 3 de agosto, Donald Trump declarou que a ‘app’ chinesa de partilha de vídeos deixaria de funcionar’nos Estados Unidos se não fosse vendida a uma empresa norte-americana até 15 de setembro

 

Nos últimos tempos, os decisores políticos norte-americanos têm vindo a manifestar receios relativamente à ‘app’, com muitos deles a dizerem que poderá colocar riscos em matéria de segurança nacional, devido aos dados que podem passar para a China e à propaganda que pode chegar em sentido contrário.

 

O outro motivo inconfesso de preocupação prende-se com a entrada chinesa num feudo dominado exclusivamente por tecnológicas norte-americanas.

 

Segundo o secretário de Estado, Mike Pompeo, receia-se que haja tecnológicas chinesas com presença nos EUA a fornecer dados às autoridades de Pequim. 

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