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Google quer Estado Islâmico fora da internet
A Google quer que o auto-proclamado Estado Islâmico seja bloqueado da internet aberta para evitar que o grupo extremista se publicite através da web. No entanto, a empresa diz que é impossível controlar o grupo na "dark web".
Jared Cohen, líder da unidade Google Ideas, disse esta quarta-feira, 20 de Janeiro, que a propaganda do grupo extremista Estado Islâmico na internet não pode ser negligenciada e que, para evitar que o grupo se continue a publicitar na internet, é necessário removê-lo da internet aberta.
Durante a conferência da Royal Insitute of International Affairs, em Londres, Jared Cohen disse que é impossível travar os grupos terroristas, como o Estado Islâmico, na "dark web" (internet mais obscura, em que os servidores de rede são inalcançáveis) ou de comunicarem através do Tor ("software" de código aberto que permite a comunicação de forma anónima).
Segundo o executivo da Google, a chave para travar a propaganda do Estado Islâmico na internet é limitar o grupo na internet tradicional. "A novidade é que eles operam sem limites na internet que nós usamos. O sucesso será conter o ISIS na ‘dark web’", cita o jornal britânico The Guardian.
O autoproclamado Estado Islâmico tem sido eficaz a espalhar a sua mensagem através da internet, nomeadamente através das redes sociais como o Facebook e o Twitter, que, segundo o Guardian, estão divididas entre a liberdade de expressão e a vontade de abafar a propaganda extremista.
Jared Cohen refere que "o ISIS conseguiu criar uma imagem exagerada de si próprio na internet", criando mais contas do que os membros que têm na realidade, dando a entender que o grupo está a vencer esta guerra.
Na prática, Jared Cohen quer que os membros do ISIS que promovam a causa na internet sofram as consequências. "As suas contas devem ser removidas à velocidade que são criadas para evitar que as pessoas contactem com recrutadores do grupo na internet aberta".
Jared Cohen diz ainda que o ISIS é uma "organização com pouco conhecimento tecnológico", mas que não deve ser subestimado.
Recentemente, depois dos ataques terroristas em Paris, o Estado Islâmico foi também alvo de uma ameaça por parte do grupo de piratas informáticos Anonymous: "Foi declarada guerra. Preparem-se", avisaram.