O Google e o Facebook não revelam o valor das receitas publicitárias por país. Mas de acordo com os grupos de media, estes dois gigantes detêm entre 60 e 75% do bolo total das receitas da publicidade digital. Uma percentagem que tem vindo a aumentar de ano para ano e, segundo as estimativas, deverá continuar a engordar.

Em 2016, o investimento no digital em Portugal cresceu 28,5% para 696 milhões de euros, de acordo com os dados da Carat que têm como base preços de tabela. Um valor que superou, pela primeira vez, o investimento em imprensa, que no ano passado somou 569 milhões de euros , uma queda de 8%.

"Ao longo dos últimos anos estas plataformas têm ficado com uma parcela muito importante do investimento publicitário em digital", disse ao Negócios fonte oficial da Media Capital, acrescentando que "a esta situação acresce o desequilíbrio de obrigações fiscais para as empresas portuguesas versus a ausência de qualquer tipo de obrigações para estas plataformas internacionais, que na sua maioria não pagam impostos em Portugal nem têm residência fiscal no nosso país".

Fonte oficial da Cofina, dona do Jornal de Negócios, detalha mais. "De um total superior a 80 milhões de investimento, em 2016, quase 75% foram para o Google e Facebook", revela, acrescentando que estas duas plataformas terão crescido acima dos 30%, em 2016, enquanto os media nacionais cresceram "cerca de metade disso".

 A mesma ideia é deixada pela dona da SIC, sublinhando que "essas empresas não têm detalhado as suas receitas. No entanto, "pelos dados recolhidos no mercado, em termos não oficiais, acreditamos que pelo menos dois terços do total do bolo do mercado publicitário digital português pertence agora a esses ‘players’", acrescentou fonte oficial da Impresa.

Uma tendência que é seguida em todo o mundo. De acordo com a eMarketer, a publicidade digital deverá crescer 16% para 83 mil milhões de dólares nos EUA este ano. E o Google e o Facebook vão dominar 60% do mercado.