Depois de o FBI desistir do processo judicial contra a Apple dizendo que já tinha conseguido desbloquear o aparelho de Syed Rizwan Farook, um dos autores do tiroteio de San Bernardino, o Washington Post escreve esta quarta-feira, 13 de Abril, que as autoridades norte-americanas pagaram a "hackers" profissionais para aceder ao iPhone.

Segundo as fontes anónimas citadas pelo jornal norte-americano, o FBI teve a ajuda de piratas informáticos que descobriram e apresentaram as falhas no "software". Estas informações foram depois usadas para criar um novo "hardware" que ajudou o FBI a introduzir o código certo no iPhone 5c do terrorista, sem que o sistema de segurança eliminasse todos os dados do aparelho.

Estes informáticos especializam-se em encontrar vulnerabilidades nos "softwares" e depois vender as informações ao Governo norte-americano.

Segundo o jornal, os piratas informáticos descobriram o código de quatro dígitos em apenas 26 minutos. A parte mais difícil foi desactivar o sistema de segurança dos iPhones que eliminam todos os dados dos aparelhos depois de 10 tentativas erradas.

O Governo americano vai agora decidir se revela a falha de segurança usada pelos piratas informáticos à Apple.

Esta polémica entre o FBI e a Apple tem como motivo principal o atentado de 2 de Dezembro, em que Syed Rizwan Farook e a sua mulher Tashfeen Malik abriram fogo sob um grupo de pessoas na cidade californiana de San Bernardino, causando 14 mortes e 22 feridos graves.

No seguimento, o FBI pediu que a Apple desse acesso às informações do telemóvel de Syed, pedido que a empresa de Tim Cook recusou por achar que iria abrir um "perigoso precedente".

A 29 de Março o FBI desistiu do caso depois de anunciar que já tinha conseguido aceder às informações do iPhone, sem revelar como procedeu.