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FBI já tinha tentado ultrapassar a encriptação de dados há mais de 10 anos

Em 2003, os agentes do FBI que investigavam um caso que envolvia um grupo de direitos dos animais deram de caras com emails encriptados e recorreram à justiça para ultrapassar este obstáculo.

Bloomberg
14 de Abril de 2016 às 14:34
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O problema do FBI com as informações encriptadas não surgiu agora com a polémica do iPhone de San Bernardino. Já há mais de 10 anos os agentes norte-americanos foram obrigados a recorrer à justiça para ultrapassar a encriptação das chamadas telefónicas e emails de um grupo de defesa dos direitos animais que sabotava as operações de uma empresa que alegadamente testava fármacos em animais, revela esta quinta-feira, 14 de Abril, o jornal New York Times.

 

A "Operation Trail Mix" tinha chegado a um impasse, com os investigadores a não conseguirem ultrapassar a encriptação do grupo de defesa dos animais, então os agentes viraram-se para o Departamento de Justiça e persuadiram o juiz para que os deixasse aceder remotamente aos computadores, instalando secretamente "software" para espiar o grupo, dando a volta à encriptação.

 

Estes esforços para contornar a encriptação foram revelados agora, mais de 10 anos depois, pelo New York Times, que descreve o caso como o percursor da disputa do FBI com a Apple. Em ambos os casos, os agentes não conseguiram descodificar a informação e conseguiram dar a volta à situação.

 

"Esta foi a primeira vez que o Departamento de Justiça aprovou uma intercepção deste tipo", escreveu na altura um agente do FBI num dos documentos sobre o caso.

 

No ano seguinte, seis activistas foram condenados. Em 2009, um tribunal de recurso confirmou as condenações e disse mesmo que o uso de informações encriptadas por parte do grupo era "prova circunstancial da sua participação em actividades ilegais".

 

Alguns pormenores deste caso ainda estão por desvendar. Continua por saber se o "software" instalado nos computadores do grupo funcionou na prática.

 

Ao New York Times, o FBI e o Departamento de Justiça não quiseram comentar este caso.

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