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Farfetch transfere 500 para a Boavista até construir campus em Matosinhos
A empresa liderada por José Neves deixou apenas os perfis de tecnologia na Lionesa, concentrando as áreas de suporte no renovado edifício Santo António, no Porto, que o BCP vendeu à Alitlan e a um genro de Américo Amorim.
A Farfetch já concluiu a transferência de mais de 500 funcionários do centro empresarial da Lionesa para a zona da Boavista, no Porto, iniciada gradualmente no início de abril e motivada pelo crescimento das equipas que trabalham nesta plataforma online de artigos de luxo a partir do norte do país.
Segundo dados facultados ao Negócios pela empresa fundada e liderada por José Neves, no renovado Boavista Office Centre (BOC), localizado na urbanização do Foco, estão agora todas as áreas de suporte, como a financeira, fiscal, legal, operações, apoio ao cliente e recursos humanos. Em Leça do Balio ficaram apenas os 800 funcionários em funções tecnológicas.
Com um total de 8.500 metros quadrados de área de escritórios, distribuídos por sete pisos, o edifício conhecido como Santo António, desenhado pelo arquiteto Agostinho Ricca (em coautoria com João Serôdio e Magalhães Carneiro), foi a solução temporária encontrada pela Farfetch enquanto não reagrupa todos os colaboradores no futuro "campus" de Matosinhos. Já comprou um terreno por 15 milhões de euros, mas ainda não há data para avançar a obra deste megaprojeto.
Esta segunda-feira, 20 de maio, a JLL e a Cushman & Wakefield divulgaram ter sido as consultoras envolvidas na mediação desta que é apontada como "uma das maiores operações de escritórios" na cidade Invicta. A primeira ao acompanhar a arrendatária, que tem sede em Londres e no primeiro trimestre agravou as perdas em 115%; e a segunda em nome do proprietário do imóvel, "no âmbito do mandato co-exclusivo de comercialização" com a Predibisa.
Os envolvidos não revelaram o investimento feito no arrendamento completo deste imóvel, que em 2017 tinha sido vendido pelo Millennium BCP ao grupo espanhol Alitlan e ao empresário Nuno Barroca (genro do falecido Américo Amorim) por mais de cinco milhões de euros. Porém, o portal Idealista escreveu em fevereiro que o preço de comercialização se situava em valores mensais a partir dos 14,75 euros por metro quadrado, negociáveis em função das características e da duração do contrato.
"Este imóvel foi uma excelente solução pois permitiu à empresa instalar-se num espaço totalmente renovado, bem localizado, com excelentes acabamentos e disponibilidade de estacionamento. Esta operação é bem representativa da grande dinâmica no mercado de escritórios do Porto, reflexo da crescente atratividade da cidade junto da procura e da capacidade de resposta que a oferta está a exibir", frisou numa nota de imprensa a diretora da JLL, Mariana Rosa.