Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Lello derrota ex-selecionador e ganha Teatro Sá da Bandeira

A mais antiga sala de espetáculos do Porto foi disputada pela histórica livraria e por António Oliveira, dono da vizinha Brasileira. Negócio fechado por 3,5 milhões de euros obriga a manter imóvel como sala de espetáculos.

DR
30 de Maio de 2019 às 12:44
  • 1
  • ...

É um negócio que envolve duas históricas instituições culturais do Porto. A Livraria Lello acaba de comprar o Teatro Sá da Bandeira por 3,5 milhões de euros, numa venda em hasta pública organizada pela Câmara, que há dois anos tinha exercido o direito de preferência sobre a mais antiga sala de espetáculos da Invicta, em funcionamento desde 1846.

 

O imóvel foi adquirido esta quinta-feira, 30 de maio, pela também centenária livraria da Baixa da cidade, que no ano passado recebeu 1,4 milhões de visitas e vendeu uma média de 1.200 exemplares por dia. Superou a concorrência do antigo jogador de futebol e selecionador nacional, António Oliveira, dono do vizinho prédio d’A Brasileira (atual hotel Pestana), que, segundo o JN, fez uma proposta de 3,2 milhões de euros.

 

A alienação, que tinha como valor base de licitação 2,19 milhões de euros, foi aprovada pela autarquia em março deste ano, depois de estar garantida a classificação como "Entidade de Interesse Histórico e Cultural ou Social Local" por parte da Direção-Geral do Património Cultural, obrigando a manter o edifício como sala de espetáculos, assim como a integração no programa Porto de Tradição, que protege os edifícios históricos do município.

 

"Não é vocação da Câmara, nem da empresa municipal de cultura ser barriga de aluguer de um teatro comercial", justificou há algumas semanas o autarca Rui Moreira, depois de estarem salvaguardados os interesses históricos e culturais. Dino Gomes, da Rocha Brito & Vigoço, que explorava o Sá da Bandeira e atraía sobretudo pequenas peças de teatro, espetáculos de comédia e concertos musicais, ainda vai avaliar se exerce o direito de preferência como arrendatário, mas acusou a Câmara de "funcionar indiretamente como especulador imobiliário". A Lello contesta essa hipótese, argumentando que deveria ter sido exercido no ato da alienação.

A nova proprietária do Sá da Bandeira – abriu as portas como Teatro Circo, mudou para Teatro Príncipe Real no final do século XIX e adotou a atual designação com a implantação da República, em 1910 – é considerada a maior exportadora de literatura portuguesa. Em janeiro, a Lello lançou três Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) sobre as primeiras edições d’ Os Lusíadas, de Harry Potter e a Pedra Filosofal e ainda da Gazeta da Restauração, tendo reservado até 321.500 euros para esta iniciativa que pretende mostrar os livros como "objeto de investimento".

Ver comentários
Saber mais cultura imobiliário porto teatro sá da bandeira livraria lello antónio oliveira rui moreira
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio