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Câmara do Porto entrega bairro do Aleixo a fundo imobiliário em maio para demolição

As restantes torres do bairro do Aleixo vão ser entregues pela autarquia portuense a um fundo imobiliário que, no próximo mês de maio, vai avançar com a demolição das mesmas.

Eduardo Martins
23 de Abril de 2019 às 12:20
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"Assinámos contratos com todas as pessoas com vista ao realojamento. Até 07 ou 08 de maio estaremos em condições de entregar as torres ao Fundo [Imobiliário, criado em 2009 com vista à demolição do bairro]. Todos os processos de 89 famílias foram tratados com o maior cuidado desde setembro do ano passado", afirmou o vereador da Habitação, Fernando Paulo, na reunião pública camarária.

 

O bairro do Aleixo era constituído por cinco torres, das quais restam apenas três, depois de a torre 5 ter sido demolida em 2011 e a torre 4 em 2013, no último mandato do social-democrata Rui Rio e no âmbito do Fundo Imobiliário que ficará com os terrenos para construção.

 

No início de abril, o presidente da autarquia, Rui Moreira (independente), revelou que residiam no Aleixo 11 famílias e apontou para a primeira semana de maio a conclusão dos realojamentos, com vista a avançar com a demolição do conjunto habitacional, "por desmontagem e não por implosão" 

 

Na sessão camarária de hoje, questionado pela CDU sobre casos de mobilidade reduzida, o vereador da Habitação explicou que uma das famílias aceitou mudar-se, "provisoriamente", para uma casa num terceiro andar, tendo recusado um rés-do-chão por ficar localizado "noutra freguesia".

 

"Estamos a preparar uma casa adaptada à família, mas a reabilitação demora um mês ou dois. Provisoriamente, o senhor aceitou um terceiro andar", esclareceu Fernando Paulo.

 

O vereador do PS, Manuel Pizarro, deixou o "apelo" para que "as pessoas sejam tratadas com a maior humanidade possível", pois "estas mudanças são processos dolorosos".

 

Quanto ao futuro dos terrenos do bairro, defendeu estar em causa "um debate para fazer no futuro".

 

"O PS reconhece não haver condições para manter aquelas famílias mas continuaremos a defender que Fundo Imobiliário do Aleixo está ultrapassado pelo passar dos anos. Devia ser encontrada alternativa, como a encontrada para o [bairro] Rainha D. Leonor, que provou servir", sustentou.

 

Para a vereadora da CDU Ilda Figueiredo, o processo de realojamento das últimas famílias a residir no bairro devia "ser adiado até se encontrarem" melhores condições para os moradores.

 

A vereadora alertou que "deviam ter sido construídas habitações de raiz, novas, para os moradores do Aleixo" mas "nada disso foi cumprido".

 

Em março, o fundo imobiliário criado em 2010 para gerir a operação de demolição do Bairro do Aleixo tinha entregado à Câmara do Porto apenas dois dos cinco projetos de habitação social definidos como condição prévia para a reurbanização daqueles terrenos.

 

A reurbanização dos terrenos do Bairro do Aleixo prevê a construção, nos terrenos do bairro, de sete blocos de habitação de luxo com quatro a cinco pisos, bem como de um edifício comercial de proximidade.

 

Em setembro, Rui Moreira anunciou a intenção de realojar, no prazo de seis meses, as 270 pessoas que então viviam nas três torres do Aleixo.

 

Em fevereiro de 2015, a Câmara do Porto anunciou que a Mota Engil era o novo parceiro privado do fundo criado para demolir o bairro, assegurando uma injeção de dois milhões de euros necessários para fazer avançar o processo que estava suspenso desde abril de 2014.

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