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China realoja quase 10 mil pessoas devido a radiotelescópio para procurar extraterrestres

O Governo chinês vai retirar 9.110 pessoas das suas casas com o objectivo de garantir que não há qualquer interferência com o electromagnetismo de um radiotelescópio gigante que deverá entrar em funcionamento já este ano. O objectivo: procurar extraterrestres.

16 de Fevereiro de 2016 às 15:28
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Os residentes num raio cinco quilómetros do radiotelescópio "Fast", na província chinesa de Guizhou, vão ser realojados e serão financeiramente compensados. No total, 9.110 pessoas terão de abandonar as suas casas em prol deste projecto, cujo objectivo é procurar vida inteligente no espaço.

Os trabalhos para a construção deste radiotelescópio de 1,2 mil milhões de yuans (cerca de 164 milhões euros) começaram em 2011 e deverão estar completados em Setembro deste ano. Antes disso, os habitantes num raio de cinco quilómetros deverão ser realojados noutras zonas da província.

A notícia foi avançada pela agência chinesa de informação Xinhua esta terça-feira e replicada pelos jornais internacionais, entre eles o The Guardian e a BBC. Cada pessoa realojada vai ser compensada com 12.000 yuans (1.643,50 euros ao câmbio actual), sendo que alguns podem receber uma ajuda extra para a habitação.

Este radiotelescópio com 500 metros de diâmetro será muito maior do que o do Observatório Arecibo, de Porto Rico, actualmente o maior do mundo, e cujo radiotelescópio tem um diâmetro de 300 metros.

Li Yuecheng, membro do partido comunista, explicou à imprensa local que o realojamento vai ajudar a criar "um ambiente electromagnético seguro" em volta do projecto, cita a BBC.

De acordo com a imprensa chinesa, o radiotelescópio chinês é composto por 4.450 painéis triangulares. Quando estiverem operacionais, esses painéis vão reflectir sinais de rádio de zonas distantes do universo para uma retina de 30 toneladas, capaz de os reunir para análise, explica o The Guardian, que tem um vídeo sobre este projecto.


Wu Xiangping, director-geral da Sociedade de Astronomia Chinesa, disse à imprensa local que a grande sensibilidade do "Fast" permitirá aos cientistas "procurar por vida inteligente fora da nossa galáxia e explorar as origens do universo".

Li Di, cientista da Academia Chinesa de Ciência, acredita que este radiotelescópio vai permitir "explorar o espaço de forma mais profunda, ver asteróides e até Marte", cita o The Guardian.

O projecto está localizado em Qiannan, uma zona isolada da província de Guizhou.

Escreve o The Guardian que os realojamentos são uma especialidade do Partido Comunista Chinês, que nas décadas recentes realojou milhões de chineses com o objectivo de construir grandes infra-estruturas, como barragens. Estes projectos enquadram-se num plano nacional de redução da pobreza.

A BBC acrescenta ainda que Pequim está também a expandir o seu programa espacial.

 

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