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Marte deve receber tecnologia portuguesa em Outubro
Se tudo correr como previsto, a missão que partiu esta segunda-feira às 9:31 do Cazaquistão deverá chegar ao planeta vermelho em meados de Outubro. A bordo vai tecnologia produzida em Portugal.
A missão ExoMars de exploração do planeta Marte, levada a cabo pela Agência Espacial Europeia e pela russa Roscosmos e que conta a bordo com tecnologia desenvolvida por empresas portuguesas, partiu esta segunda-feira 14 de Março e deverá chegar ao planeta vermelho dentro de sete meses.
O esforço conjunto vai procurar provas da existência de vida naquele planeta e deixou com êxito às 9:31 (hora de Portugal Continental) o cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. A bordo segue, entre outros, uma sonda atmosférica que vai procurar detectar gases como o metano que possam evidenciar a presença de organismos.
Se tudo correr como o previsto, o foguetão Proton-M que impulsiona os dispositivos libertará já esta segunda-feira, por volta das 20:00, um satélite que através de energia solar começará a sua viagem para Marte. Às 21:28 é esperado o primeiro contacto do satélite, denominado Trace Gas Orbiter (TGO).
Mais próximo da data de aterragem, a 16 de Outubro, separar-se-á dele um dispositivo de aproximação, descida e aterragem no planeta (denominado Schiaparelli), que descerá dentro de sete meses através da atmosfera de Marte. Ambos incorporam tecnologia nacional, de acordo com a Lusa.
Entre as empresas portuguesas envolvidas no projecto estão a Critical Software (cuja intervenção ajudará a garantir o funcionamento do satélite), a HPS Portugal (que participou na concepção da protecção térmica dos instrumentos do satélite e do módulo) e a Active Spaces Technologies (a quem coube estudar as variações térmicas para avaliar e escolher dos locais de aterragem do módulo Schiaparelli).
Este módulo de 600 quilos vai também fornecer dados que permitirão preparar a circulação no planeta de um veículo espacial de recolha de amostras, a construir no Reino Unido e cujo lançamento está previsto para 2018 ou 2020. A 19 de Outubro, no caminho para a superfície marciana a uma velocidade de 21 mil quilómetros por hora, o módulo recolherá dados da atmosfera, que serão enviados via satélite para a Terra.
De acordo com a Reuters, a missão terá um custo, só para a agência europeia, de 1.300 milhões de euros.
Em Setembro do ano passado, um estudo da NASA descobriu indícios de existência de água em estado líquido em Marte, com base em imagens da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, que detectou sinais de minerais hidratados nas encostas do planeta.