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Almunia admite deixar Google para outro comissário
Joaquin Almunia vai abandonar a Comissão Europeia a 31 de Outubro e o mais provável é que não conclua o processo que está a decorrer contra a Google. Mas o ainda comissário para a concorrência não se mostra preocupado.
O responsável, presente na "41st Annual Conference on International Antitrust Law and Policy", recordou que o caso Google não está relacionado com uma posição dominante no campo da pesquisa na Internet, mas com o "assegurar que a Google não abusa da sua posição, em segmentos verticais, excluindo rivais inovadores". Joaquin Almunia também está preocupado com a forma como a Google celebra os contratos do AdSense e do AdWords.
A portuguesa Aptoide foi uma das empresas que se queixou, por considerar que a gigante da Internet ameaça a concorrência no mercado das App Stores através de práticas abusivas e, por isso, decidiu avançar com a queixa.
"Nas últimas semanas explorámos, com a Google, possíveis remédios de modo a resolver as nossas preocupações com a concorrência e procurámos um feedback significativo do mercado", detalhou o comissário.
A Comissão Europeia reviu "alguns argumentos e elementos de terceiros no último pacote de remédios. Agora precisamos de analisar esses elementos e ver se a Google pode propor soluções apropriadas". O comissário da concorrência adiantou que "alguns argumentos e provas que recebemos em Julho eram novos e significativos, a maioria produzido por empresas norte-americanas".
Quanto à sua saída, Joaquin Almunia disse que nunca ligou "a data da decisão com a duração do meu mandato, e as investigações anti-concorrenciais devem ocorrer à margem das tensões políticas. Só a discussão dos concorrentes e dos interessados é que interessam neste processo". n