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Paddy Cosgrave: Vir para Lisboa "foi a melhor decisão que alguma vez tomei"

Em entrevista ao Negócios, o CEO do Web Summit assume que os preparativos para a chegada este ano do evento a Portugal estão a correr bem. Admitiu que vão criar uma estrutura em Lisboa. E gostaria de ter Ronaldo no evento.

Bruno Simão
04 de Fevereiro de 2016 às 21:30
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Como é que começou o Web Summit?

Estava com dois amigos e queríamos criar algo para os nossos próprios amigos e também convidar pessoas a falarem em Dublin.

Mas sempre teve esse espírito empreendedor?

Sim. Nunca trabalhei para ninguém. Mesmo na universidade estava sempre a fazer coisas. Sempre quis construir coisas e sempre tive esse interesse. A Web Summit começou por ser pequena e tínhamos uma abordagem diferente. As pessoas aparentemente gostaram e disseram aos amigos. Mais pessoas vieram no segundo ano, no terceiro, no quarto e no quinto ano. Mais de 40 mil pessoas [número de participantes na edição de 2015] aconteceram muito rápido.

O Web Summit tem estado sempre a crescer. As expectativas para o evento deste ano são ainda mais elevadas. Qual é o segredo para o sucesso?

É o foco nos detalhes. Todos os pequenos detalhes importam. Desde a luz no palco aos sinais. Tudo isso faz diferença. A pessoa mais importante é o participante, não os oradores. Dar aos participantes uma experiência incrível significa que tens de te focar nos mais pequenos detalhes, não apenas no que acontece das 9 às 17 horas. Mas também das 17h até às 2 horas ou 3 horas da manhã.

Não teve receio de mudar o Web Summit de Dublin para Lisboa?

Não. Já era muito grande para Dublin. O local em 2014 era já pequeno. Tínhamos de ir para outro lugar na Europa e apaixonei-me por Lisboa e acho que foi a melhor decisão que alguma vez tomei. Mal posso esperar por Novembro.

Deixar Dublin criou algum burburinho. Tem mais inimigos agora que no passado?

Não acho. A maioria das pessoas vê [o Web Summit] como uma história de sucesso irlandês. São 140 pessoas a trabalharem em Dublin. Talvez os restaurantes, os táxis e hotéis não tenham a sua melhor semana do ano, mas Dublin é uma cidade bastante ocupada.

Que preparativos estão a ser feitos já para o Web Summit e quais são os próximos passos?

Muitos preparativos mas todos guardados cuidadosamente (risos). Não vamos anunciar para já nenhum dos grandes oradores. Depois vamos revelando detalhes a cada par de semanas. Em Setembro e Outubro 'aumentamos o volume'.


Anda entre Lisboa e Dublin. Vão estabelecer alguma estrutura local? Vão contratar?

Vamos estabelecer algo em breve. Vamos contratar pessoal e estamos ansiosos por fazer esse anúncio em algumas semanas.

Qual o relacionamento com as autoridades portuguesas?

O secretário de Estado [João Vasconcelos] é maravilhoso. Encontrei-me há 14 dias com o primeiro-ministro. Ele é brilhante. Conheço primeiros-ministros que dizem: as start-ups são boas. Mas ele [António Costa] foi presidente da Câmara de Lisboa e esteve muito envolvido. E isso é pouco habitual.

Há alguma coisa que esteja a falhar? Algum tipo de comunicação?

Não. É um pouco estranho. Estou à espera desse momento (risos). Tudo tem sido fantástico. É como o café. Não entendo. Tudo corre bem e o café é realmente barato. Não faz sentido (risos).

Esta semana esteve no norte de Portugal. Isso mudou de alguma forma a sua visão sobre as start-ups e sobre o ecossistema português?

Claro. O Porto é mais pequeno que Lisboa mas algumas das empresas são fantásticas. Braga é mais pequena e há start-ups fantásticas. Acho que isso é um reflexo do sistema educativo. No que diz respeito a engenharia, é claro que algo bom está a acontecer e isso vê-se no estilo de empresas que estão a ser construídas. Isso é um bom indicador para o futuro.

O que é que o Web Summit pode fazer pelas empresas portuguesas?

É-lhes dada uma plataforma global. Normalmente o que acontece é que se forem uma Codacy ou a Uniplaces viajam para Londres, batem a algumas portas, tentam algumas reuniões. É muito stressante. O mesmo em Silicon Valley. Mas em vez de terem de ir um pouco por todo o mundo, o mundo inteiro vem para Portugal. É uma oportunidade para as jovens start-ups portuguesas terem os melhores investidores do mundo à sua porta, assim como os jornalistas de tecnologia mais influentes e de economia.

O que é que Lisboa pode fazer pelo Web Summit?

Bom tempo (risos). Em primeiro lugar, o local é de classe mundial. Em segundo lugar, a vida nocturna. Os eventos nocturnos são muito importantes e as ruas são realmente construídas para um evento incrível. Isso é muito empolgante. As pessoas são muito amistosas.

Há alguém que gostasse de ver este ano em Lisboa e não está certo que vá poder estar?

[Cristiano] Ronaldo (risos).

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