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WPP reviu indicadores em baixa. Acções com maior queda em 19 anos
O maior grupo publicitário do mundo reviu as expectativas de receitas e vendas pela segunda vez em 2017. A redução do investimento das empresas em publicidade é um dos factores que justificam o cenário.
O WPP, o maior grupo de publicidade no mundo, reviu em baixa as suas expectativas de receitas e vendas para 2017. É a segunda fez que o faz este ano. O novo cenário levou as acções da empresa a cair mais de 13%, a maior queda em 19 anos numa só sessão.
As acções atingiram uma queda máxima de 13,3% para um mínimo de 1.382 pence, isto depois de desde o início do ano até ontem terem já desvalorizado 12%.
A empresa registou receitas de 7,4 mil milhões de libras (cerca de oito mil milhões de euros) até ao final de Junho, um aumento de 1,9% em termos homólogos. Contudo, as vendas estão a contrair 0,5%, abaixo das estimativas de quebra dos próprios analistas, cita o Financial Times.
Por isso mesmo, tendo em conta o abrandamento no segundo trimestre, o grupo liderado por Martin Sorrell – que integra marcas como a Ogilvy ou a Hill & Knowlton, que também operam em Portugal – apresentou novas perspectivas para o ano.
O aumento das receitas e das vendas em 2017 deverá ficar entre 0 e 1%, apontam. A justificar está a redução do investimento publicitário, "particularmente no sector dos bens de consumo rápido ou bens empacotados". Exemplo disso é a Unilever, cliente do WPP e dona de marcas como Becel, Knorr ou Lipton, que anunciou este ano uma redução do investimento publicitário em 30% e para metade do número de criativos envolvidos nas suas campanhas.
Em Março, o WPP já tinha revisto em baixo as perspectivas de crescimento, passando dos 3 para os 2%. Na altura, a redução do investimento publicitário nos Estados Unidos da América também surgia como motivo para preocupações. Apesar do Brexit, o Reino Unido continua a ser a única região a registar crescimentos, impedindo quebras mais acentuadas.
O mercado publicitário está marcado pelo lento crescimento global, pela incerteza política e ainda pelos novos modelos de negócios no digital, sobretudo com a influência do Google e Facebook, que têm levado a uma diminuição dos orçamentos dirigidos pelas empresas ao marketing e publicidade. Tal, obriga as agências a reduzir preços para manter negócios.
Sorrell assegurou que não existirão cortes de postos de trabalho no grupo WPP para compensar o cenário de contracção nas receitas.
No primeiro semestre, os lucros antes de impostos aumentaram 52,4% para os 779 milhões de libras, em comparação com igual período de 2016.