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Mais uma baixa na WPP: depois do CEO, cai a perspetiva da Moody's

Depois da retirada do CEO, a Moody's não está optimista quanto ao futuro da gigante de publicidade WPP. A agência de notação financeira baixou a perspectiva de estável para negativa, embora mantenha o rating.

Bloomberg
17 de Abril de 2018 às 13:46
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A saída de Martin Sorrell da gigante de publicidade WPP, a qual liderava há mais de 30 anos, levou a agência de notação financeira Moody's a baixar o outlook da empresa de estável para negativo.  

"A demissão de Martin Sorrell surge numa altura em que a empresa já estava a enfrentar várias dificuldades a nível operacional e introduz uma incerteza acerca da estratégia e da futura estrutura do grupo", aponta a Moody's na nota enviada à imprensa, justificando desta forma a descida na perspetiva. De acordo com os analistas, "o crescimento orgânico é incerto e altamente dependente de vários factores que fogem ao controlo da empresa". 

A agência de notação financeira critica ainda a política de dividendos da empresa, que considera "agressiva", especialmente num contexto de "desempenho em declínio". A WPP entrega actualmente dividendos com um payout de 50% aos seus accionistas e efectua recompra de acções de 2 a 3%. O crescimento orgânico cai na ordem dos 0,9%.

Os desafios do sector também são mencionados como um foco de preocupação a afectar a avaliação que a Moody's faz da empresa. "Orçamentos reduzidos dos grandes anunciantes" e a ameaça das firmas de consultoria e das agências mais pequenas que se afirmam como concorrentes são alguns dos riscos apontados. 

No mesmo comunicado, a Moody's compara a perspectiva da WPP com a das congéneres, que gozam de uma melhor perspectiva. Interpublic Group of Companies, Publicis Groupe e Omnicom, todas mantêm uma perspectiva estável e um crescimento orgânico positivo, com destaque para a última das três. 

A justificar a manutenção do rating no nível Baa2, está a "liderança mundial da WPP em publicidade e serviços de marketing" assim como a "forte posição" no mundo digital, destacando-se por fim a liquidez. A Moody's admite que o rating possa ser abalado caso exista uma deterioração no crescimento das receitas ou no rácio da dívida em relação ao EBITDA. 

A demissão de Sorrell foi anunciada no passado fim-de-semana. O CEO, que liderava a empresa desde 1985, decidiu abandonar o cargo na sequência de de uma investigação, na qual é acusado de má conduta. Os investidores penalizaram, com uma queda de quase 7% nas acções na última sessão. Estas encontram-se contudo a recuperar timidamente esta terça-feira, com uma valorização de 1,67%.  


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