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Grupos de media vão "no bom sentido" para se adaptarem à Era digital  

Os grupos de media estão no caminho certo para adaptarem os seus modelos de negócio e receitas à Era digital, mas admitem que ainda há passos a dar. O reforço na aposta mobile, a criação de novos tipos de conteúdos e a transparência fiscal das várias plataformas digitais são alguns dos exemplos.  

Cátia Barbosa/Negócios
14 de Julho de 2015 às 14:43
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Com a alteração e dos hábitos dos consumidores de informação e o crescimento das plataformas digitais os grupos de media têm enfrentado alguns desafios e têm-se deparado com quebras de receitas. 

 

Nos últimos anos os órgãos de comunicação social têm tentado "reinventar-se e encontrar novas fontes de receitas", explicou José Manuel Gomes, director-geral comercial adjunto da Cofina, durante o Digital Media Forum Portugal, que está a decorrer esta terça-feira.

 

Porém, como o responsável do grupo detentor de títulos como o Correio da Manhã e Jornal de Negócios frisou "não é um caminho fácil". Porque "pelo caminho encontramos grupos internacionais como o Facebook e o Google", sustentou.

 

Uma das soluções para tentar contornar este obstáculo poderá passar pelo maior controlo da transparência fiscal, uma ideia partilhada também pelo Governo que tem olhado com atenção e preocupação para esta situação.

 

Aliás, o Executivo está a estudar implementar uma obrigação declarativa a empresas não residentes em Portugal, como a Google, respeitante aos valores transaccionados na publicidade online, como avançou em entrevista ao Negócios Pedro Lomba, secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional. 

 

Um ideia que parece ter agradado os representantes dos grupos de media presentes na conferência promovida pela ACEPI.

 

Como João Paulo Luz, director comercial para a área digital da Impresa, dona da SIC e do Expresso, sublinhou  a "reacção que todos temos é que não vão ser tempos fáceis". "Vivíamos quase exclusivamente de receitas publicitárias e o mercado não irá recuperar para esses valores".

 

Além disso, "60% das receitas digitais são para players globais, não para os locais". O que, cria "uma clara desvantagem competitiva nas questões fiscais" e "de transparência", uma vez que "não há maneira de auditar" esses players globais.

 

Já Luís Mergulhão, CEO do Omnicom Media Group, aproveitou para sublinhar que "o Estado deve intervir em algumas questões", " deve ter um papel regulador mas à distância".

 

Outras das sugestões propostas durante o primeiro painel do fórum promovido pela ACEPI prenderam-se com a inclusão de serviços transaccionais e com a criação de novos tipos de conteúdos, como por exemplo vídeos e também conteúdos premium.

 

"Os grupos de media nunca tiveram tanta audiência", frisou o responsável da Cofina, acrescentando que agora o que é preciso é encontrar novos conteúdos e fontes de receitas.

 

Um caminho que aos poucos está a ser seguido pela indústria portuguesa dos media. Para João Paulo Luz, da Impresa, "a maior parte dos media portugueses estão a caminhar bem, no bom sentido. A única diferença em relação a outros mercados é não termos os mesmos meios financeiros".

 

Já Ricardo Tomé, director coordenador da Media Capital Digital, acrescentou ainda que "a grande reflexão do momento é como conseguimos ser eficazes em adoptar estes novos conteúdos".

 

Para Luís Mergulhão, responsável do grupo Omnicom, a "questão da escala também é fundamental e tem que ser repensada pelos grupos de media portugueses", acrescentando ainda que "a nossa escala é alavancada pela língua portuguesa".

 

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