Notícia
Google diz ser "o parceiro mais fiel para os media"
Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, olha para a convergência nos media “com grande preocupação”. Já Rosa Cullell, líder da Media Capital, avisa que só “as empresas fortes” vão conseguir ter investimento para lutar contra gigantes como a Google.
A transformação digital e a convergência estiveram no centro do debate do estado da nação dos media durante o congresso da APDC – Associação Portuguesa de Desenvolvimento para as Comunicações. Este ano, pela primeira vez, o debate que reúne os responsáveis dos principais grupos de media contou com a presença do director-geral da Google, que tem sido apontada nos últimos anos como a "inimiga" do sector por ficar com parte das receitas publicitárias online.
Apesar de estarem em lados opostos, os líderes da RTP, Media Capital, Impresa, Controlinveste e Google estão de acordo num aspecto: as parcerias são o futuro para o crescimento das receitas publicitárias.
O responsável da Google Portugal, Bernardo Correia, começou por explicar que "apesar de nós institucionalmente não termos contado da forma mais correcta a história, ninguém encontrará um parceiro melhor e mais fiel para a regeneração do sistema dos media". E deu o exemplo da indústria da música que há uns anos também teve de reinventar-se com o digital e "regenerou-se".
A presidente executiva da Media Capital, dona da TVI, Rosa Cullell, alertou que os media têm "de ter parceiros para entrar no digital. Não vamos conseguir competir num mercado com a Google ou a Amazon sem ser fortes."
Rosa Cullell lembrou que as receitas publicitárias dos jornais e revistas têm caído a dois dígitos, ao passo que, até Agosto, no digital viram um crescimento de 18%. "Mas vamos ter de fazer ainda mais. Vamos ter de ir à procura de parceiros. Só as empresas fortes vão conseguir libertar financiamento para conseguir lutar" com empresas como a Google. Temos de sair para fora, senão a alternativa é desaparecer", afirmou.
"A publicidade vai continuar a ser uma grande base das receitas no futuro", continuou, alertando, contudo, que não pode passar só por aqui. Além disso, é necessário estar em todas as plataformas, "não há outra forma de conseguir sobreviver".
O tema da compra da Media Capital pela Altice, dona da Meo, também foi abordado durante o debate. O presidente executivo da Impresa foi bastante crítico em relação à operação: "Vemos com grande preocupação este tipo de convergência no sector", disse Francisco Pedro Balsemão. "A convergência terá graves problemas para o sector e não sou só eu que o digo", afirmou, relembrando o parecer negativo da Anacom sobre a operação. Francisco Pedro Balsemão aproveitou ainda para comentar que a convergência poderá ser negativa não só para a Impresa e outros grupos do sector, "mas para a própria sociedade".
Durante o debate, Bernardo Correia aproveitou para explicar o contributo que a Google pode dar aos media. Os projectos da introdução de inteligência artificial nas redacções foi um dos exemplos, e que poderá resultar na "redução de custos da criação de conteúdos".
Outra vertente do apoio da Google passa pelo financiamento através de projectos específicos como o DNI. O dinheiro serve para inovação. Em Portugal, a empresa já apoiou projectos com quase cinco milhões de euros. "Por tudo isto, acredito que podemos ser, e vamos ser, o maior parceiro para a transformação digital dos media em Portugal", rematou.
Apesar de estarem em lados opostos, os líderes da RTP, Media Capital, Impresa, Controlinveste e Google estão de acordo num aspecto: as parcerias são o futuro para o crescimento das receitas publicitárias.
A presidente executiva da Media Capital, dona da TVI, Rosa Cullell, alertou que os media têm "de ter parceiros para entrar no digital. Não vamos conseguir competir num mercado com a Google ou a Amazon sem ser fortes."
Rosa Cullell lembrou que as receitas publicitárias dos jornais e revistas têm caído a dois dígitos, ao passo que, até Agosto, no digital viram um crescimento de 18%. "Mas vamos ter de fazer ainda mais. Vamos ter de ir à procura de parceiros. Só as empresas fortes vão conseguir libertar financiamento para conseguir lutar" com empresas como a Google. Temos de sair para fora, senão a alternativa é desaparecer", afirmou.
"A publicidade vai continuar a ser uma grande base das receitas no futuro", continuou, alertando, contudo, que não pode passar só por aqui. Além disso, é necessário estar em todas as plataformas, "não há outra forma de conseguir sobreviver".
O tema da compra da Media Capital pela Altice, dona da Meo, também foi abordado durante o debate. O presidente executivo da Impresa foi bastante crítico em relação à operação: "Vemos com grande preocupação este tipo de convergência no sector", disse Francisco Pedro Balsemão. "A convergência terá graves problemas para o sector e não sou só eu que o digo", afirmou, relembrando o parecer negativo da Anacom sobre a operação. Francisco Pedro Balsemão aproveitou ainda para comentar que a convergência poderá ser negativa não só para a Impresa e outros grupos do sector, "mas para a própria sociedade".
Durante o debate, Bernardo Correia aproveitou para explicar o contributo que a Google pode dar aos media. Os projectos da introdução de inteligência artificial nas redacções foi um dos exemplos, e que poderá resultar na "redução de custos da criação de conteúdos".
Outra vertente do apoio da Google passa pelo financiamento através de projectos específicos como o DNI. O dinheiro serve para inovação. Em Portugal, a empresa já apoiou projectos com quase cinco milhões de euros. "Por tudo isto, acredito que podemos ser, e vamos ser, o maior parceiro para a transformação digital dos media em Portugal", rematou.