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Eurodeputados aprovam lei que ameaça mudar a internet

Uma comissão parlamentar aprovou esta quarta-feira o Artigo 13.º. “Desastroso” e “ferramenta para controlo” da internet. São algumas das expressões que estão a ser usadas para qualificar esta aprovação. A legislação, que ainda terá de correr várias etapas, tem como alvo os direitos de autor mas promete mudar a internet.


Os gigantes tecnológicos dos EUA (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google) foram responsáveis por uma subida do Nasdaq até 29% em 2017, até ao momento, e o retorno dos FAANG cifrou-se em mais de 50%, em termos médios. Na nossa opinião, não se trata de uma mera recorrência da bolha dot-com verificada no final da década de 1990. Ao contrário dessa experiência — durante a qual os analistas imaginaram novas formas de valorizar empresas que não passavam de ideias — as empresas que lideram actualmente o sector são reais e apresentam fluxos de caixa tangíveis. Estamos em crer que a inovação tecnológica é um tema estrutural que poderá acrescentar 1% -1,5% ao crescimento potencial do PIB mundial nos próximos 10-15 anos.
Reuters
20 de Junho de 2018 às 16:16
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O comité do Parlamento Europeu para os Assuntos Europeus aprovou alterações à legislação dos direitos do autor. Os especialistas acreditam que as mudanças podem levar a alterações significativas da internet. Com algumas críticas fortes às possíveis consequências. Os opositores à legislação apontam para as ameaças à liberdade.

O comité aprovou a legislação. Mas a legislação ainda está longe de entrar em vigor. Terá de ser aprovada pelo Parlamento Europeu e ser discutida pelos governos dos 28 Estados-membros da União Europeia.

O The Guardian explica que a legislação vai obrigar a que empresas como a Google ou a Microsoft sejam obrigadas a instalar filtros para prevenir que os utilizadores consigam usar material que está protegido pelos direitos de autor.

 

As plataformas online ficarão obrigadas a pagar comissões aos donos dos conteúdos. A legislação quer obrigar a que haja um sistema de reconhecimento.

 

Esta é já referida como a maior reforma de direitos de autor na União Europeia desde 2001 e está a gerar muitas críticas.

A BBC explica que a legislação foi desenhada para limitar os poderes das gigantes tecnológicas, como o Facebook ou a Google, e que vai exigir que as plataformas online paguem uma comissão aos produtores dos conteúdos, caso se façam links. A teoria é que esta legislação vai ajudar os pequenos produtores de notícias, por exemplo. Mas as vozes críticas dizem que a legislação falha em definir claramente o que constitui um link e que pode ser manipulada pelos governos para limitar a liberdade de expressão.

 

O The Guardian explica que os críticos desta legislação temem que se condicione a liberdade de expressão, já que a capacidade de os utilizadores partilharem os seus próprios conteúdos fica limitada.

 

No início de Junho, 70 personalidades com relevo na internet, como o criador da world wide web e o fundador da Wikipedia, subscreveram uma carta onde expuseram os seus argumentos contra a legislação.

 

Esta legislação representa um passo "sem precedentes para transformar a internet, de uma plataforma aberta de partilha e inovação para uma ferramenta de vigilância e controlo dos seus utilizadores", salienta o fundador da Wikipedia, Jimmy Wales.

 

"Os danos que isto pode provocar à internet livre e aberta, tal como a conhecemos, são difíceis de prever, mas na nossa opinião podem ser substanciais", salienta a carta subscrita pelas 70 personalidades do mundo da internet.

 

A votação no Parlamento Europeu desta legislação deverá ocorrer em Julho.


(Notícia actualizada às 17:10 com mais informação)

 

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