Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Sindicato têxtil teme "tragédia social" se Ricon fechar portas

O dirigente sindical teme que "muitos dos postos de trabalho vão à vida", admitindo Francisco Vieira que o processo de insolvência da dona da Gant em Portugal lhe "trouxe imediatamente à memória o caso da Maconde".

  • 5
  • ...

"Uma tragédia social". É assim que o coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes classifica a hipótese de falência do grupo Ricon, depois de o conjunto de empresas desse universo se ter apresentado à insolvência no início desta semana no Tribunal de Vila Nova de Famalicão, como o Negócios noticiou em primeira mão.

 

Francisco Vieira declarou à Lusa que "o grupo quererá tentar a 'cura' – e isso parece positivo –, mas [teme] que, mesmo assim, muitos dos postos de trabalho vão à vida". O grupo presidido por Pedro Silva, que detém a rede de lojas Gant em Portugal e várias fábricas que trabalham em regime de "private label" para marcas internacionais, emprega quase 800 pessoas.

 

Numa comunicação aos colaboradores do grupo, a que o Negócios teve acesso, o presidente executivo da Ricon culpou a Gant pela quebra "acentuada" das encomendas ao sector industrial do grupo e pela exigência do "pagamento imediato da totalidade da dívida vencida proveniente dos fornecimento ao sector do retalho", o que causou "um estrangulamento inultrapassável" na tesouraria do grupo e "afectou a capacidade de cumprir as obrigações com os diversos credores, nomeadamente com a banca".

 

"Apesar de todos os esforços desenvolvidos no sentido de contrariar a actual situação económico-financeira das empresas do grupo, a verdade é que as negociações encetadas junto da banca, do principal parceiro do grupo (Gant) e de eventuais novos investidores não conduziram, até ao momento, a uma solução concreta que permita a viabilização das empresas", detalhou Pedro Silva numa missiva com data de 4 de Dezembro.

 

Reconhecendo que esta situação de crise na Ricon "não é uma surpresa total", numa altura em que não se sabe "a dimensão do problema, o dirigente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, Francisco Vieira, admitiu ainda que este caso lhe "trouxe imediatamente à memória o caso da Maconde", numa referência ao antigo colosso industrial de Vila do Conde, que acabou por falir em 2010 e deixou centenas de trabalhadores no desemprego.

Em declarações ao Negócios, também o director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Paulo Vaz, lamentou que o grupo Ricon tenha chegado "ao extremo" de um processo de insolvência, sublinhando a infeliz diversificação de negócios. "Fez incursões por negócios laterais que não foram bem-sucedidas", resumiu o porta-voz de um sector que exportou cerca de cinco mil milhões de euros no ano passado.

Ver comentários
Saber mais Indústria comércio Ricon insolvência Gant Pedro Silva têxtil sindicato Fernando Vieira trabalhadores emprego
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio