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Patrão dos trabalhadores felizes compra 30% do Quintal de Flor

Ricardo Costa, que ficou conhecido em Portugal por oferecer férias tropicais aos trabalhadores, lidera um grupo com 370 pessoas e que acaba de diversificar a sua paleta de negócios com a entrada na empresa de cerâmica artística criada por Lara Dantas.

02 de Dezembro de 2024 às 17:38
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A aventura começou com uma viagem a Punta Cana, em 2014. Seguiram-se destinos como Cuba, México, Jamaica, Cabo Verde e Ibiza. Nove dias de férias com tudo pago pelo patrão. Quem preferia ficar em terra tinha direito a receber um salário extra.

Ricardo Costa ficou conhecido em Portugal por oferecer férias tropicais aos trabalhadores do grupo bracarense Bernardo da Costa, que atua sobretudo na área da segurança eletrónica, tem 11 empresas, emprega atualmente 370 pessoas e deverá fechar 2024 com uma faturação da ordem dos 80 milhões de euros – com Espanha a valer 55% do total -, mais sete milhões do que no ano passado.

Em 2017, Ricardo Costa criava o "Departamento da Felicidade", onde garante investir 10% dos lucros do grupo, oferecendo aos trabalhadores um extenso pacote de benefícios, incluindo engomadoria da roupa, além de férias prolongadas, prémios individuais e trabalho híbrido.

O salário mínimo no grupo Bernardo da Costa é de 950 euros, mas Ricardo Costa ambiciona chegar aos 1.500 euros em 2030.

Entretanto, o "chairman" do grupo bracarense tornou-se um dos portugueses com mais influência no LinkedIn, foi o primeiro presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho) – cargo que deixou em abril passado - e escreveu o livro "A Felicidade é Lucrativa", em que expõe a sua filosofia de que trabalhadores felizes são mais produtivos.

Aposta na área da cerâmica e arte

Agora que passou a ser muito requisitado para dar palestras, sendo reconhecido como um dos empresários mais visionários do país, Ricardo Costa decidiu levar o grupo que lidera a apostar na área da cerâmica e da arte, um setor que, segundo o próprio, "junta tradição, detalhe e criatividade, mas que exige uma visão global e uma gestão meticulosa para alcançar novos patamares".

A entrada na área da cerâmica e arte é marcada pelo investimento no Quintal de Flor, um projeto criado por Lara de Sousa Dantas, em parceria com a sua mãe, Regina Sousa, que passam a deter 35% cada na empresa, com o grupo Bernardo de Sousa a ficar com uma participação de 30%, revelou Ricardo Costa ao Negócios.

O que começou há três anos como uma homenagem aos avós, no quintal de uma casa em Braga, rapidamente se transformou numa ideia com ambição e impacto. "Combinando memórias familiares, amor pela arte e uma abordagem inovadora, o Quintal de Flor ganhou notoriedade e este ano alcançou o reconhecimento ao integrar a lista da Forbes 30 Under 30, na categoria de ‘e-commerce’", realça o grupo Bernardo da Costa, em comunicado.

"Este marco reflete não apenas o talento de Lara, mas também a confiança e o apoio de Ricardo Costa, que identificou neste projeto a oportunidade de o transformar numa empresa de referência", enfatiza.

O Quintal de Flor dedica-se à produção de peças de cerâmica que transcendem a funcionalidade, transformando-se em verdadeiras expressões artísticas.

"Com o trabalho de 23 artesãos portugueses, cada peça é uma celebração do detalhe e do talento manual, carregando histórias, emoções e causas", enaltece o novo investidor, considerando que as cerâmicas e coleções decorativas destacam-se "pela qualidade, pelo simbolismo e pela ligação a temas universais".

Entrar em 50 lojas internacionais com o sonho de chegar à icónica Harrods

O projeto já colaborou com marcas internacionais de renome, como a Estée Lauder, e as suas peças estão presentes em várias lojas internacionais, tendo ainda sido destacado em revistas de prestígio, como a Vogue, e contado com a colaboração de influenciadoras portuguesas.

Para 2025, Lara e Ricardo ambicionam colocar o Quintal de Flor "em 50 lojas internacionais e a consolidação como uma referência no setor da cerâmica e arte", assumindo que um dos seus grandes sonhos "é chegar à icónica Harrods, marco que simboliza o potencial do projeto em alcançar níveis de prestígio e reconhecimento", explica.

"Com uma gestão calculada e uma visão estratégica", Ricardo Costa pretende transformar o Quintal de Flor "num exemplo de como talento, tradição e inovação podem convergir para criar algo único".

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