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Novo dono da Efacec vai investir 200 milhões e criar mais 800 empregos em Braga

O grupo DST firmou uma parceria com o arquiteto inglês Norman Foster que promete “transformar a construção em Portugal”, através da criação de um “cluster” de habitação modular - “uma espécie de ‘Autoeuropa’” de casas”.

O grupo DST, liderado por José Teixeira, encabeça as candidaturas dos projetos de “fábricas de casas” e de vidro ao PRR.
José Teixeira, presidente do grupo DST. Paulo Duarte
22 de Abril de 2022 às 11:12
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O grupo português que recentemente firmou a compra de 71,3% da Efacec vai criar no seu "campus", em Braga, um empreendimento designado "Living Lab", com cerca de quatro mil metros quadrados e aproximadamente 100 unidades modulares habitáveis, que "irá transformar a construção em Portugal", promete a DST.

 

Em causa está "a criação de um laboratório vivo que irá desenvolver e promover soluções no campo da construção modular e pré-fabricação, de modo a responder de forma eficiente às necessidades crescentes do mercado mundial", explica o grupo liderado por José Teixeira, em comunicado.

 

A liderança do projeto ficará a cargo do conceituado arquiteto britânico Norman Foster, com quem o grupo bracarense estabeleceu um acordo de parceria, sendo que o propósito desta consórcio passa por "promover um pensamento e investigação interdisciplinares, focado na melhoria contínua das soluções e na capacidade de antecipar o futuro, colocando a arquitetura, o design, a tecnologia e as artes ao serviço da sociedade".

 

"Esta mudança de paradigma não pode ser alcançável apenas com uma resposta isolada do grupo DST, requer a promoção de um novo alinhamento estratégico para a indústria da construção. Irá exigir a criação de um novo ‘cluster’ - pré-fabricação/construção modular, que se destaque como uma resposta do país. O objetivo é posicionar Portugal como um fornecedor mundial de referência deste novo conceito de construção", sinaliza José Teixeira.

 

Já em novembro passado, em entrevista ao Negócios, o empresário tinha levantado o véu sobre este projeto, classificando-o como "uma espécie de ‘Autoeuropa’ de casas".  

 

Na altura, José Teixeira adiantou que este projeto, que foi candidatado aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), envolve dezenas de parceiros do tecido empresarial e do sistema científico e tecnológico, com o grupo DST a assumir o grosso de um investimento superior a 200 milhões de euros, devendo gerar a criação de 850 postos de trabalho.

 

No comunicado enviado às redações, esta sexta-feira, 22 de abril, a DST não avança o valor do investimento nem o número de empregos a criar, enquanto ao Expresso, na sua edição de hoje, o grupo bracarense sinaliza um investimento de 215 milhões de euros e 800 empregos entre todas as entidades envolvidas.

"Nesta estratégia, a equipa da Fundação Norman Foster, liderada pelo próprio Lord Norman Foster, assumirá a posição de consultor de investigação e líder de design, trabalhando com outras entidades, numa equipa multidisciplinar, que desenvolverá o design conceptual dos sistemas de construção e de soluções modulares e de pré-fabricação", detalha o grupo bracarense, ainda em comunicado.

 

As unidades modelares habitáveis a desenvolver pelo "Living Lab" a criar no "campus" da DST "responderão a diferentes programas funcionais, designadamente residências para estudantes, habitações, hotelaria, residências hospitalares e residências seniores".

 

"O ‘Living Lab’ será um laboratório de I&D para soluções de construção modular, que pretende satisfazer as necessidades nacionais e internacionais de uma construção sustentável. Neste centro de pesquisa à escala real, o grupo DST está determinado em encontrar as respostas aos desafios colocados pela construção modular", explica.

 

Para o grupo minhoto, "trata-se de um exercício de extrema relevância do ponto de vista da sustentabilidade, visto que privilegiará um design baseado nos princípios do rco-design com recurso a materiais ecológicos (reciclados e recicláveis) e soluções construtivas que visem o ciclo de vida do edifício e da sua construção, incluindo estratégias relativas às fases de desmantelamento em fim de vida", realça.

 

"Promoverá também soluções técnicas e tecnológicas como resposta às boas práticas de economia circular e redução da pegada ecológica, libertando as cidades do seu estado de ‘estaleiro’ pela redução dos trabalhos ‘in-situ’ e condensação dos prazos da construção, já que se sustenta na transferência de uma percentagem do tempo de construção para o ambiente controlado de fábrica, com benefícios inerentes na minimização dos desperdícios e no aumento do controlo e qualidade do produto", afiança.

 

De resto, conclui José Teixeira: "Queremos chamar a atenção do setor e mobilizá-lo no sentido de mudança de paradigma no contexto da construção em Portugal, com a captação de investimento e de parceiros de peso."

 

Quando concluído, o "Living Lab" assumirá duas funções primordiais: "Ser uma montra viva das soluções desenvolvidas e dos resultados alcançados e um espaço para ser vivido e habitado pelos trabalhadores deslocados, designadamente refugiados e imigrantes, que o grupo DST tem vindo a integrar nos seus quadros", enfatiza o novo dono da Efacec.

 

 

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