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Único candidato à compra da Efacec sobe salário mínimo para 740 euros e cria discoteca
Acresce subsídio de alimentação, seguros de vida e de saúde “e mais de 70 outros benefícios”, realça o grupo DST, que tem ao dispor dos seus 2.300 trabalhadores, em Braga, uma série de equipamentos de lazer, uma biblioteca e “’spots’ artísticos que convidam à meditação”.
"Em 2.300 trabalhadores não tenho ninguém a ganhar o salário mínimo. E o nosso projeto é fugir muito rapidamente para os 850 euros. Foi uma questão de honra, para dar um sinal claro de que isto não está certo. O grande problema, e falo contra a classe empresarial, não é do trabalho, mas da gestão, que é má e pouco qualificada. Ainda existe muito a ideia do patrão no meio empresarial português", afirmou José Teixeira, presidente do grupo DST, em entrevista ao Negócios, em novembro passado.
Dois meses depois, o único candidato à compra da Efacec - no âmbito de um processo de reprivatização que derrapou para depois das legislativas - anuncia a subida do salário mínimo em vigor na empresa para 740 euros, "contrariando a tendência nacional e a lei que o situa nos 705 euros para 2022", realça, em comunicado.
Depois da atualização para 700 euros no ano passado, o grupo DST aumenta o salário mínimo em 40 euros este ano, "com o objetivo de combater a precariedade laboral e contribuir para o cumprimento das diretrizes europeias no que toca a condições de trabalho e dignidade social", justifica o conglomerado empresarial liderado por José Teixeira.
Acresce "subsídio de alimentação, seguro de vida, seguro de saúde e mais de 70 outros benefícios à disposição dos seus trabalhadores", enfatiza a DST.
"Somos uma organização muito grande, com muitas responsabilidades, com projetos muito importantes e complexos, que exigem profissionalismo e dedicação. Para sermos apelativos ao mercado, não só com os nossos projetos e filosofia, mas também com as condições que oferecemos, procuramos garantir salários adequados e benefícios que façam a diferença na vida das pessoas", explica José Machado, diretor de Recursos Humanos do grupo DST.
"Ao promovermos melhores condições de trabalho e de vida, através de salários adequados e outros benefícios em vigor no grupo, promovemos o desenvolvimento, a inovação e aumento da produtividade. Esta medida beneficia não só os trabalhadores, mas também a organização que tem comprovadamente uma eficiência maior e um crescimento mais sustentado", conclui o mesmo gestor.
Nesse sentido, o grupo DST tem vindo a desenvolver, no seu complexo-sede, em Braga, um "campus" com uma área de 1,2 milhões de metros quadrados, onde tem ao dispor de todos os trabalhadores uma biblioteca "com milhares de obras literárias", um restaurante "com quatro refeições variadas diariamente", dois campos de futebol, um campo de ténis, um circuito de manutenção, "diversos espaços de descanso e lazer, nomeadamente ‘spots’ artísticos que convidam à meditação, à contemplação e à leitura".
E, "mais recentemente", criou ainda uma discoteca, que "irá retomar a atividade assim que a pandemia o permitir com a máxima segurança".
"Este investimento promove a relação laboral, a interação e, acima de tudo, o bem-estar", remata o grupo DST, que fechou 2021 com uma faturação consolidada recorde próxima dos 400 milhões de euros.
O grupo DST desenvolve a sua atividade na área da engenharia e construção, ambiente, energias renováveis, telecomunicações, imobiliário e "ventures", operando também internacionalmente nos mercados de França, Reino Unido, Holanda, Mónaco e Angola.