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Medicamento da Bial para Parkinson recebe luz verde nos Estados Unidos

O segundo fármaco desenvolvido pela maior farmacêutica portuguesa acaba de ser aprovado pelo regulador FDA, devendo ainda este ano chegar às farmácias dos Estados Unidos, onde existe um milhão de pessoas que sofrem desta doença.

António Portela, CEO da Bial. Amândia Queirós/Cofina
27 de Abril de 2020 às 14:30
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Nos Estados Unidos, que representam já o primeiro mercado em vendas de farmácia para a Bial, que faturou mais de 300 milhões de euros no ano passado, a maior farmacêutica portuguesa acaba de ver aprovado pelo regulador Food and Drug Administration (FDA) o seu medicamento Ongentys, o segundo fármaco por si desenvolvido e que se destina a doentes com Parkinson.

Manifestando a sua satisfação "por ultrapassar este grande marco para o Ongentys", o CEO da Bial enfatiza que, depois de a empresa ter conseguido entrar nos Estados Unidos com o seu antiepiléptico Zebinix, ter "um segundo medicamento aprovado pelas autoridades regulamentares norte-americanas é uma etapa muito relevante no reconhecimento do projeto de Investigação e Desenvolvimento da Bial".

"Estamos muito motivados por poder, através do nosso parceiro nos EUA, a Neurocrine Biosciences, fazer chegar a todos os pacientes com Parkinson este nosso medicamento", afirma António Portela, em comunicado.

Foi em fevereiro de 2017 que a Bial e a farmacêutica Neurocrine Biosciences, Inc. assinaram um contrato de licenciamento exclusivo para o desenvolvimento e comercialização na América do Norte da opicapona, princípio ativo do Ongentys.

"A Neurocrine perspetiva o lançamento da opicapona nos Estados Unidos até ao final do ano", avança a Bial.

Na altura, o grupo farmacêutico da família Portela anunciou que esta parceria pode chegar aos 145 milhões de dólares (cerca de 134 milhões de euros), com a Neurocrine Biosciences a fazer um pagamento inicial de 30 milhões de dólares (cerca de 27,7 milhões de euros) pela concessão da licença e que suporte as actividades necessárias para garantir a aprovação da FDA, que é órgão do governo dos Estados Unidos responsável pelo controle dos alimentos e medicamentos.

"Estão previstos outros pagamentos à Bial", que podem "atingir o valor adicional de 115 milhões de dólares" (106,2 milhões de euros), "mediante o cumprimento de várias etapas ao longo do processo de desenvolvimento, registo e comercialização", detalhou a farmacêutica portuguesa, no inverno de 2017.

Acresce que a empresa norte-americana deve fazer um pagamento adicional "pela percentagem das vendas como contrapartida da produção e fornecimento da opicapona que serão assegurados" pela Bial.

Este segundo medicamento de investigação, que já havia sido aprovado pela autoridade regulamentar europeia em 2016, está disponível no Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália e Portugal, com a Bial a prever que, entre 2020 e 2021, "possa vir a ser introduzido em outros países europeus, bem como no Japão e Coreia do Sul".

Com as exportações a valerem 75% do seu volume de negócios, vendendo os seus medicamentos em mais de 50 países, Bial tem canalizado mais de 20% da sua faturação anual para I&D, que está centrada nas neurociências e no sistema cardiovascular, tendo já sintetizados mais de 15 mil novas moléculas.

 

Segundo a farmacêutica sediada na Trofa, no ranking "The 2019 EU Industrial R&D Investment Scoreboard" (dados referentes ao ano 2018), a Bial foi a segunda empresa portuguesa com maior investimento em I&D, com 54 milhões de euros, ocupando a 395.ª posição no ranking das mil empresas europeias.

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