A indústria dos Estados Unidos registou, em Dezembro, o pior desempenho em mais de seis anos, contrastando com a Zona Euro, onde este sector cresceu ao ritmo mais acelerado dos últimos 20 meses.

O índice de gestores de compras (PMI, na sigla inglesa) para a indústria dos Estados Unidos caiu de 48,6 pontos, em Novembro, para 48,2 pontos, em Dezembro, o valor mais baixo desde Junho de 2009.

Este indicador manteve-se, assim, abaixo da barreira dos 50 pontos, que faz a fronteira entre a expansão e a contracção (leituras acimas de 50 pontos indicam crescimento, e abaixo desse limiar, contracção).

Os economistas consultados pela Bloomberg antecipavam uma leitura de 49 pontos, pelo que o resultado foi pior do que o esperado.

A quebra da procura externa e o declínio dos preços das matérias-primas estão a penalizar o investimento na agricultura e energia e a limitar as novas encomendas às indústrias norte-americanas. Por outro lado, o crescimento da procura interna impulsionada pelo dinamismo do mercado de trabalho e pela subida dos salários, está a sustentar o poder de compra dos consumidores e a evitar uma desaceleração ainda mais acentuada da indústria.  

Em termos globais, o sector da indústria fechou o ano de 2015 com um desempenho decepcionante, dados que estão a contribuir para as fortes quedas dos mercados globais esta segunda-feira, 4 de Janeiro.

Os dados sobre a actividade industrial chinesa, que contraiu pelo quinto mês consecutivo, contribuíram para a queda de 7% dos índices da China, que levou à suspensão das acções.

O indicador que mede as compras dos gestores foi de 49,7 no mês passado, abaixo das estimativas, face aos 49,6 de Novembro, o mínimo de três anos. O PMI industrial de Caixin teve uma queda para 48,2 no mês passado, abaixo das estimativas de 48,9.

A contrastar com o desempenho da indústria nos Estados Unidos e na China está a Zona Euro, que fechou 2015 com o maior crescimento em quase dois anos. Pela primeira vez desde Abril de 2014, o sector da indústria cresceu em todos os países da moeda única analisados pela Markit Economics, incluindo a Grécia.