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Empresas gráficas rasgam "papel zero" de António Costa

Na sessão da vaca voadora, o primeiro-ministro também prometeu acabar com o papel na administração pública. As empresas do sector, que asseguram mais de 26 mil postos de trabalho, enviaram uma carta para São Bento.

Pedro Elias
27 de Junho de 2016 às 16:38
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A sessão de apresentação do Simplex+ ficou marcada pela vaca voadora de António Costa, mas o que chateou mesmo os empresários do sector gráfico e da transformação de papel foi a proposta do primeiro-ministro de "fazer de 2017 o primeiro ano do papel zero na administração pública" portuguesa.

 

Lembrando que estão em causa 2.757 empresas, que empregam 26.532 trabalhadores e geram um volume de negócios de 2.538 milhões de euros, a associação do sector (APIGRAF) escreveu uma carta ao líder do Governo socialista em que critica o contributo que deu para "uma imagem distorcida de um suporte de comunicação – e de tantas outras áreas de vivência quotidiana – fundamental".

 

O organismo liderado por José Manuel Lopes de Castro lembra que os empresários já têm "diariamente que contribuir para esclarecer e corrigir a ideia incorrecta que ainda subsiste em círculos menos informados, associando ao papel conotações erróneas". E sustenta igualmente que "as empresas do sector privilegiam a complementaridade de meios electrónicos e físicos", não fazendo assim sentido que se fale de um em oposição ao outro.


Na apresentação do novo Simplex, em Lisboa, Costa assinalou que, dos cerca de 52 milhões por ano que o Estado gasta em material de escritório – "o senhor ministro das Finanças não me sabe dizer exactamente quanto é", gracejou – perto de 30 milhões de euros serão relativos a papel. "Por isso, vamos impor a obrigação de imprimir em frente e verso, proibir a aquisição de novas impressoras, impor uma impressora por serviço ou por andar", exemplificou o governante.

Frisando que António Costa falava nessa sessão rodeado de produtos do sector gráfico e que no final da sessão recolheu até um papel onde tinha algumas anotações do discurso, a APIGRAF acrescentou na missiva entretanto endereçada a São Bento que estas quase três mil empresas asseguram produtos e serviços que o primeiro-ministro usa diariamente sem se aperceber.

 

É o caso de todos os rótulos, etiquetas e embalagens dos produtos que o governante consumiu ao pequeno-almoço, dos cartazes publicitários e de espectáculos que viu afixados junto à estrada, dos cartões bancários e de identificação que tem na carteira, e dos guardanapos de papel e do pacote de açúcar de que se serviu no café, exemplificou a associação empresarial.




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