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Corticeira Amorim elimina "sabor a rolha" dos espumantes

O sistema NDtech acaba de ser alargado para rolhas de espumante com dois discos de cortiça natural. A redução do tempo da análise química de 14 minutos para 16 segundos viabilizou a "integração numa escala industrial".

D.R.
18 de Julho de 2019 às 18:50
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Três anos depois de desenvolver uma tecnologia que assegura que os chamados vinhos tranquilos não ficam com "sabor a rolha", a Corticeira Amorim anuncia agora o lançamento mundial das primeiras rolhas para espumantes com a mesma garantia de TCA não detetável.

 

Este sistema NDtech Sparkling é o resultado de dois anos de investimento em investigação e desenvolvimento (I&D) por parte da gigante nortenha. Assenta num "sistema pioneiro de triagem" das rolhas nas linhas de produção, baseada em cromatografia gasosa, uma das análises químicas mais sofisticadas a nível mundial.

 

"Tradicionalmente, cada análise de cromatografia gasosa demora cerca de 14 minutos. Através do NDtech, a Corticeira Amorim conseguiu reduzir o tempo desta análise para cerca de 16 segundos, viabilizando a sua integração numa escala industrial", sublinha a empresa através de uma nota divulgada à imprensa.

 

Falando de uma "ótima notícia para os produtores de todo o mundo", o diretor de marketing e comunicação, Carlos de Jesus, argumenta que "este processo maximiza a precisão tecnológica que permite reforçar a qualidade da rolha de cortiça para espumante, exaltando as características técnicas e de sustentabilidade daquele que é o melhor vedante para vinho".

 

Fruto de um investimento de mais de 700 milhões de euros em novos equipamentos e inovações, calculou a empresa num artigo da Reuters publicado em 2017, a cortiça conseguiu vencer a "guerra" contra os produtos vedantes alternativos – fabricados em plástico ou em alumínio –, tendo atualmente uma quota mundial de cerca de 70% no setor dos vinhos.

 

Estas rolhas com o tratamento anti-TCA já convenceram produtores como a Laroche Wines a regressar ao vedante de origem natural, ao fim de uma década a usar outros materiais. No entanto, há críticos de vinhos que continuam a torcer o nariz às bebidas arrolhadas, sustentando que, mesmo com estas tecnologias, há um risco de deterioração do produto.

Baixa lucros e aumenta acionistas

A Corticeira Amorim encerrou os primeiros três meses do ano com lucros de 18,6 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 1,1% face ao período homólogo. Já as vendas aumentaram 9,2% em relação ao primeiro trimestre de 2018, ascendendo a 202,3 milhões de euros.

No início de junho, os fundos de investimento mobiliários geridos pelo Santander reforçaram a sua posição na empresa liderada por António Rios de Amorim, com a compra de ações na venda privada lançada pela Investmark, passando a deter uma participação qualificada. A família encaixou 43,7 milhões com esta operação.

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