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Ricardo Robles, vereador do BE, vende prédio em Alfama que vale 5,7 milhões

O imóvel em Alfama foi comprado em 2014 à Segurança Social. O proprietário de um restaurante no imóvel avançou para tribunal exigindo compensação.

João Miguel Rodrigues
Sábado 27 de Julho de 2018 às 09:35
Ricardo Robles, vereador do Bloco de Esquerda, é co-proprietário de um edifício em Alfama que está à venda por 5,7 milhões de euros. Robles e a irmã, Lígia, compraram o prédio em 2014 à Segurança Social por 347 mil euros.

O vereador bloquista, com a pasta da Educação e Direitos Sociais, não considera que haja "qualquer contradição" entre as suas posições quanto ao regime do arrendamento urbano e habitação em Lisboa, de que é um dos maiores críticos, e a sua venda deste imóvel. "A minha conduta como co-proprietário deste imóvel em nada diminui a legitimidade das minhas propostas para parar os despejos, construir mais habitação pública e garantir o direito à cidade", afirmou ao Jornal Económico, que avançou a notícia.

Robles justifica a venda com "razões familiares". O prédio foi comprado por ele e pela irmã com dois empréstimos, da Caixa Geral de Depósitos e do Montepio, e com financiamento por parte de parentes. Os dois irmãos investiram 650 mil euros em obras de requalificação e chegaram a acordo com quase todos os inquilinos para acabar os contratos de arrendamento - só um casal fez novo contrato de arrendamento, com uma renda mais alta e durante oito anos, e um proprietário de um restaurante no rés-do-chão colocou os irmãos Robles em tribunal, exigindo 120 mil euros de compensação.

O prédio está a ser vendido por uma imobiliária de luxo e Robles espera que a venda se faça "a breve trecho". Com esta venda, Robles conseguirá uma mais-valia de dois milhões de euros.

Em Março de 2018, Robles lamentou, em entrevista ao Diário de Notícias, que o problema da habitação se venha "a agravar em Lisboa". "Os preços continuam a aumentar brutalmente e isto está a criar uma crise social. Encontrar casa, seja para arrendar seja para compra, apesar de o crédito para a habitação estar mais acessível, continua a ser proibitivo", afirmou. "Esta é uma cidade cada vez mais para ricos e menos para lisboetas e para quem quer viver na cidade, para trabalhar, morar, estudar."

O vereador já colocou três entradas na sua página no twitter, onde comenta a o assunto: 



A propósito desta notícia, Ricardo Robles solicitou a publicação deste direito de resposta, que o Negócios publica na íntegra:

1) Ricardo Robles adquiriu um imóvel em Alfama, em 2014, juntamente com a irmã e como parte de um negócio de família. O imóvel foi colocado à venda em 2017, sendo posteriormente retirado do mercado sem que houvesse qualquer venda. O valor noticiado resulta de uma avaliação efetuada por uma agência imobiliária. Ou seja: o imóvel não foi vendido nem está à venda neste momento, sendo evidentemente desconhecidas as condições de qualquer operação que - obedecendo a constrangimentos familiares, conforme explicado por Ricardo Robles - possa ocorrer no futuro.

 

2) Além disso, o Jornal Económico decidiu omitir no destaque de capa informação relevante e atempadamente disponibilizada, preferindo descontextualizar alguns dados. Desde logo, nenhum morador saiu da sua habitação. Escrevendo apenas que "a maior parte dos inquilinos saiu", o jornal omite que a única família que vivia neste imóvel continua a lá viver, agora com a casa recuperada, com contrato regularizado e com a duração de oito anos. Esta família paga, depois de efetuadas as obras no imóvel, uma renda mensal de 170 euros. Quanto aos restantes inquilinos, todos receberam propostas para a continuidade dos seus arrendamentos. As renúncias contratuais são relativas apenas a espaços comerciais devolutos ou inutilizados e foram sempre realizadas por acordo, mediante indemnização (cujo montante só num caso será decidido em tribunal).

 

Em face destes esclarecimentos, que desmentem informação que induz os leitores em erro e acrescentam informação omitida na primeira página do jornal, foi solicitada a correção ao Jornal Económico e será publicado o desmentido. Tendo este orgão de comunicação social reproduzido informação erradamente noticiada pelo Jornal Económico, solicita-se a publicação, nos termos da lei, do presente Direito de Resposta.

 

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