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Robles: "Procedi de forma exemplar com todos os arrendatários do imóvel"

O vereador bloquista em Lisboa não se vai demitir. Ricardo Robles garante que as suas acções mostram coerência com o que defende.

João Miguel Rodrigues
Tiago Varzim tiagovarzim@negocios.pt 27 de Julho de 2018 às 18:59
Ricardo Robles rejeita as acusações feitas ao modo como terá actuado enquanto "especulador imobiliário" num prédio que detém com a irmã em Alfama. "Não há nada de reprovável na minha conduta", disse o vereador do Bloco de Esquerda que tem um acordo com o executivo camarário de Fernando Medina. Robles garante que procedeu "de forma exemplar com todos os arrendatários do imóvel".

Numa conferência de imprensa esta sexta-feira, a partir da sede do Bloco de Esquerda, Ricardo Robles argumentou que actuou "sempre em coerência" com aquilo que defende para Lisboa. "Nada do que tenha defendido como vereador pode resultar benefícios próprios", disse, dando o exemplo de propostas como o agravamento dos impostos, a aplicação de regras de protecção aos inquilinos face à ameaça de despejo e o estabelecimento de limites aos aumentos de rendas.

O vereador alegou que, sendo co-proprietário, não tem toda a decisão sobre o futuro do imóvel. No entanto, isso irá mudar uma vez que Robles anunciou que irá colocar o imóvel em propriedade horizontal "de forma a poder dividir as fracções" entre si e a irmã em regime de co-propriedade. O objectivo é colocar o prédio no mercado de arrendamento: "Não o comprei para ter mais-valias", garante. 

Os esclarecimentos surgem depois do Jornal Económico ter revelado esta sexta-feira que o bloquista colocou à venda um prédio em Alfama por 5,7 milhões de euros. Quando o comprou com a irmã em 2014, Robles pagou 374 mil euros, mas depois realizou remodelações por ter sido alertado pela câmara de que existiam "riscos graves de segurança", nomeadamente uma parede em risco de colapso.

Ricardo Robles explicou que o prédio esteve à venda durante seis meses, mas desde Abril que já não está no mercado, depois de não ter recebido nenhuma proposta de compra. O vereador da câmara de Lisboa explicou que a venda deveu-se a uma decisão da sua irmã, após esta ter recuado na decisão de voltar para Portugal e ter ficado indisponível para gerir os arrendamentos. "Não foi uma operação especulativa", insistiu, referindo que o "plano inicial" de habitar no prédio e arrendar as restantes fracções mudou pelas circunstâncias da irmã. 

"Não comprei este prédio para o vender com mais-valias e, pela minha parte, não o farei", concluiu, recusando a exigência de demissão da concelhia do PSD. "Essa exigência do PSD não tem qualquer base e apenas contribui para intoxicar a opinião pública", respondeu Ricardo Robles. Os esclarecimentos completos do vereador bloquista podem ser consultados aqui.

(Notícia actualizada às 19h25)
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