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Preço das casas abranda mas volta a subir quase 10% em 2019

No ano passado, venderam-se mais de 181 mil casas, por um valor global superior a 25,5 mil milhões de euros.

Os encargos com habitação pesam hoje mais no rendimento das famílias portuguesas do que em 2010.
Sérgio Lemos
23 de Março de 2020 às 11:19
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A evolução dos preços das casas está a abrandar ligeiramente, mas mantém-se a um ritmo acelerado. No ano passado, os preços das casas aumentaram a uma média de 9,6%, segundo os dados publicados, esta segunda-feira, 23 de março, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta é uma taxa de variação abaixo da que tinha sido registada no ano anterior, mas que, ainda assim, elevou o valor médio de venda de cada casa para quase 141 mil euros em 2019.

Segundo os dados publicados esta manhã pelo INE, foram transacionadas, no conjunto do ano passado, 181.478 casas, acima das cerca de 178 mil que tinham sido vendidas em 2018. Ao todo, o valor destas vendas ascendeu a 25.583 milhões de euros, um aumento de 6,3% face ao montante total registado no ano anterior.

Neste cenário, aponta o INE, "manteve-se a dinâmica de crescimento dos preços das habitações transacionadas". A taxa de variação média anual do índice de preços da habitação fixou-se, assim, nos 9,6%. Mas, pela primeira vez nos últimos três anos, "registou-se uma desaceleração dos preços", de menos 0,7 pontos percentuais em relação ao registo de 2018, ressalva o INE.

Esta trajetória de aumento dos preços continuou a abranger tanto as habitações existentes, onde os preços aumentaram 10,1%, quanto nas habitações novas, onde se registou uma subida de 7,6%.

Valor das transações duplica em cinco anos

O valor global das transações de habitações em 2019, de quase 25,6 mil milhões de euros, representa mais do dobro daquilo que era registado em 2015, quando o valor global das transações ascendia a 12,5 mil milhões. O aumento é, assim, de 105,1%.

Este é um dado do INE que ilustra o ritmo acelerado do aumento dos preços, uma vez que, no mesmo período, o número de transações realizadas cresceu apenas 69,1%, de cerca de 107 mil para 181,5 mil.

Lisboa e Norte concentram 63% das transações

A larga maioria das transações de habitações continua a concentrar-se na Área Metropolitana de Lisboa e na região Norte. Em 2019, 63% das transações foram realizadas nestas duas regiões.

Já no que diz respeito aos valores transacionados, é em Lisboa que se registam os números mais relevantes. No ano passado, o valor das transações realizadas na Área Metropolitana de Lisboa aproximou-se dos 12 mil milhões de euros, o equivalente a 46,6% do total nacional. Ainda assim, há uma redução, pelo segundo ano consecutivo, do peso desta região no valor global das vendas.

Já o Centro e o Alentejo foram as duas regiões que registaram os maiores aumentos em termos de quotas relativas regionais.

Coronavírus vai mudar tendência

Numa breve nota, o INE dá ainda conta de que a informação divulgada esta segunda-feira não reflete, ainda, a situação provocada pela pandemia do coronavírus. Quando esses efeitos passarem a ser contabilizados, a tendência no mercado imobiliário deverá alterar-se de forma significativa.

"É de esperar que as tendências aqui analisadas se alterem substancialmente. De qualquer modo, a informação hoje disponibilizada é útil para estabelecer uma referência para avaliar desenvolvimentos futuros", indica o relatório.

Notícia atualizada pela última vez às 11h37 com mais informação.
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