Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Mediadores imobiliários alertam que sem intervenção do Estado "não é possível ter casas baratas"

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) espera que o Governo aproveite o veto do Presidente da República ao pacote Mais Habitação para delinear medidas de longo prazo para resolver o problema da crise da habitação. E deixa o alerta que as medidas temporárias têm “efeitos perversos”.

Alexandre Azevedo
21 de Agosto de 2023 às 13:57
  • ...

O veto do Presidente da República ao pacote Mais Habitação não surpreendeu os mediadores imobiliários, uma vez que as medidas em causa "não tinham eficácia para dar resposta à escassez de imóveis", explicou ao Negócios Paulo Caiado, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). Por isso, a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, "pareceu-nos expectável", acrescentou.


Na visão da APEMIP, o conjunto de medidas do pacote aprovado em julho no Parlamento apenas com os votos favoráveis do PS — o Livre e o PAN abstiveram-se e o BE, IL, PCP e Chega votaram contra — "não resolve nada". 


Dando o exemplo das medidas que preveem o arrendamento coercivo, a conversão de alojamentos locais para habitação ou a limitação do aumento das rendas, Paulo Caiado acrescentou que "não têm eficácia a curto prazo". Mas então, qual a solução? "O fundamental são medidas que possam, de facto, contribuir para haver mais casas no mercado, só assim se vai conseguir resolver o atual problema", reforçou.


Para a APEMIP, esse caminho passa por haver uma intervenção do Estado em pelo menos uma das três componentes necessárias para a construção de imóveis: aquisição de terrenos, materiais de construção  e mão de obra. "Com os preços atuais da construção, é impossível construir casas a preços baratos", sublinhou.


Tendo em conta este quadro, Paulo Caiado refere que "a solução passa pelo Governo intervir num dos pontos desta equação", ou seja, dar algum tipo de apoios fiscais, por exemplo, para a compra de terrenos ou na parte da construção. "Sem a intervenção do Estado não vamos conseguir ter casas baratas".


O presidente da APEMIP deixa ainda o alerta que as medidas de curto prazo, como os apoios às rendas, não são solução. "Este tipo de medidas temporárias podem até ter um efeito perverso", reforçou, dando como exemplo o aumento dos preços das rendas que houve no primeiro semestre. 

Ver comentários
Saber mais Paulo Caiado APEMIP Mais Habitação
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio