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Casas em Portugal: “Compradores alarmados e vendedores desesperados”

Redução de casas, estagnação do mercado e desigualdade social são apontados como efeitos da entrada em vigor do pacote “Mais habitação”, com a esmagadora maioria (83%) a concordar com o veto do chefe de Estado, revela um inquérito da Imovendo a mais de mil compradores ou vendedores.

DR
04 de Setembro de 2023 às 12:34
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"Estagnação do mercado imobiliário"; "redução de casas para arrendar e aumento das rendas"; "desigualdade social"; "descrédito dos investidores, que se traduzirá numa redução de novos fogos em construção"; "não existem benefícios, é um pacote meramente ideológico"; "a causa da falta de habitação e rendas altas não se resolve com aquelas medidas insuficientes. Além disso, a confiança no Estado já foi perdida".

 

Estes são alguns dos comentários recebidos pela "proptech" Imovendo, no âmbito de um inquérito que realizou, na semana passada, a proprietários e compradores ativos de imóveis, tendo obtido "1.094 respostas de um total de 1.500 pessoas inquiridas", com o objetivo da aferir o estado de espírito de compradores e investidores de casas.

 

"Os compradores/investidores vieram assumir publicamente que deixam de estar confortáveis para adquirir imóveis no atual contexto económico em Portugal, num cenário de taxas de juro elevadas e com a entrada em vigor esperada do pacote ‘Mais Habitação’", sinaliza a consultora imobiliária, num comunicado intitulado "Compradores alarmados e vendedores desesperados".

 

Grande conclusão: 83% concordam com a decisão do Presidente da República, que vetou o pacote governamental, e consideram que, caso o "Mais Habitação" seja mesmo aprovado, haverá mais casas para vender do que para arrendar.

 

Com o programa "Mais Habitação" vetado e o aumento das taxas de juro, se for comprador, sente-se confortável em adquirir um imóvel? "Não", responderam três quartos (75,5%) dos inquiridos.

 

E se for vendedor, quais são as suas expectativas? "Vai demorar mais a vender e vender por menos", responderam 45%, com 8,5% a considerarem que vão "vender mais rápido, mas por menos".

 

Dos que assumiram que terão de vender abaixo do esperado, 53% garantem perda de 10%, havendo 34,5% a avançar com uma desvalorização de 20% e 9% a temerem mesmo uma perda de 30%.

 

Três medidas positivas mais votadas: Simplificação de licenciamentos (41,5%), redução de 28% para 25% da taxa especial de IRS sobre as rendas (34%) e isenção de mais valias na venda de imóveis para pagar empréstimo (29,8%).

 

Três medidas negativas mais votadas: Arrendamento forçado de casas devolutas (58,5%), limitações à subida da renda dos novos contratos (34%) e suspensão de novas licenças de alojamento local (33%).

 

Com a entrada em vigor do "Mais Habitação", que crise poderá ser esperada? "Agravamento da oferta de habitação, aumento dos casos de corrupção e de compadrio e ‘ajudas’ aos camaradas do partido. O Estado demonstrou incapacidade de gerir problemas de ordem particular. Não vai ser possível controlar, organizar, gerir, programar, planear coisa nenhuma que possa ter algum impacto significativo", considera um dos inquiridos.

 

"Portugal precisa abrir investimento ao capital estrangeiro para construções de moradias acessíveis a compra, incentivar e flexibilizar créditos bancários e criar empregos. Deixar de lado as ideologias socialistas e investir no setor privado", preconiza outro dos participantes no inquérito da Imovendo.

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