Notícia
Venda de casas vai estagnar em 2024 com preços iguais a 2023
Inquérito a cerca de 15 mil compradores, proprietários e consultores imobiliários revela que 38% sentem que foram as famílias portuguesas a comprar casa no ano passado, enquanto 26% dizem terem sido estrangeiros e apenas 5,2% a jovens trabalhadores.
A maior parte dos portugueses (56,1%) admite que, relativamente à compra e venda de casa, as expectativas que tinham no início de 2023 não foram cumpridas, com 50% a referir que o preço foi o fator que mais pesou na decisão, 31,3% aponta a localização e 12,5% a condição dos imóveis, revela o inquérito da Imovendo junto de 14.749 compradores, proprietários e consultores imobiliários.
Metade dos portugueses culpa a crise económica como fator de principal impacto no mercado imobiliário, enquanto 27,6% atribui responsabilidades às taxas de juro, 6,9% à guerra na Europa e 3,4% à queda do Governo.
Ainda segundo o mesmo inquérito promovido pela Imovendo, realizado entre 26 e 29 de dezembro passado, os portugueses acreditam que a venda de casas vai estagnar (45,8%) ou diminuir (40,7%) em 2024, quando comparada com 2023.
Relativamente aos preços dos imóveis em 2024, 39,7% considera que irão manter-se, 37,9% que vão aumentar, enquanto 22,4% acredita que irão diminuir.
A maioria dos inquiridos (67,8%) defende também que as taxas de juro vão baixar, mas continuar demasiado altas, enquanto 15,3% não acredita na sua diminuição. Apenas 13,6% considera que vão claramente baixar.
Os imóveis residenciais urbanos e suburbanos continuam a ser apontados como o tipo de casas que geram mais interesse, com 15,3% dos inquiridos a apontar que o interesse em casas rurais aumentará em 2024.
O inquérito da "proptech" que atua no ramo imobiliário e mediação revela, ainda, que as mudanças familiares continuam a ser a causa mais que mais pesa na venda de uma casa (33,3%), sendo ainda apontados fatores como o emprego (9,1%), o aumento das taxas de juro (18,2%) ou o investimento, como razões para a venda do seu imóvel.
De realçar, também que 37,9% dos inquiridos sentem que foram famílias portuguesas a comprar casa o ano passado, enquanto 25,9% diz terem sido estrangeiros, igualmente 25,9% declara serem investidores e apenas 5,2% jovens trabalhadores.
Sobre o Mais Habitação, que entrou em vigor no ano passado, apenas 10,3% dos inquiridos considera que este programa foi positivo para o mercado imobiliário.
Desafiados a votar as medidas mais positivas do Mais habitação, a simplificação dos licenciamentos recebeu 40,4% das respostas, a isenção de mais-valias na venda de imóveis para pagar empréstimo 38,6% e aredução de 28% para 25% da taxa especial de IRS sobre rendas 36,8%.
Relativamente a medidas negativas, as três mais votadas foram o arrendamento forçado de casas devolutas (46,4%), as limitações à subida da renda dos novos contratos (35,7%) as rendas antigas atualizadas pela inflação (25%).
Comentários de inquiridos coligidos pela Imovendo:
Há algum aspeto do mercado imobiliário em 2023 que gostaria de destacar ou comentar?
"Incerteza das políticas para habitação retrai a decisão de vender e/ou comprar e crise gerada pela inflação."
"Sim, as leis idiotas para estorvar a vida aos investidores de nacionalidade portuguesa."
"Baixem os preços escandalosos."
"Governo incapaz e negativo para o mercado imobiliário."
"Diminuição da percentagem das imobiliárias" "O pacote Mais Habitação trouxe instabilidade ao mercado imobiliário, foi prejudicial."
"Novas construções a preços não suportáveis para as famílias."
"Deixar o mercado imobiliário à livre iniciativa."
"O valor das vendas está incomportável" "Urgente necessidade de aumento da oferta."
"A venda excessiva de imobiliário a estrangeiros, que prejudica a população portuguesa."
"Que haverá eleições em março, mas nenhum dos 2 partidos lideres das pesquisas tem propostas de facto suficientes para enfrentar esse problema, por absoluta falta de visão e competência."
Como visualiza o desempenho geral do mercado imobiliário em 2024?
"Dependerá do novo Governo."
"Com grande movimentação de transações."
"Espero que baixem os preços radicalmente para conseguir fazer bons investimentos."
"Espero que haja mais casas para a bolsa dos portugueses que precisem."
"Vai haver uma ligeira diminuição das vendas provocada pelos juros altos."
"A procura vai continuar a superar a oferta."
"Depende das taxas de juro mas penso que haverá uma estagnação."
"Fraco e baseado num modelo de mediação horrível que considera normal 6 meses a 1 ano para negociar um imóvel."