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Crise da habitação: Imobiliária defende “comissão fixa como forma de baixar o valor de venda”

“Acreditamos que a regulamentação do setor deveria passar por desburocratizar processos e estruturar a relação entre intervientes”, assim como “tornar mais robusta a legislação que prevê o branqueamento de capitais e o direito imobiliário”, preconiza o CEO da Imovendo.

DR
14 de Outubro de 2023 às 13:37
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Com as taxas Euribor a atingirem máximos desde 2008, aumenta a preocupação entre os que querem vender ou comprar casa, sendo cada vez mais os que culpam a subida das taxas de juro pela situação.

 

"A gestão das expectativas dos proprietários, que vendem as suas casas por necessidades económicas, com a dos compradores, que não conseguem suportar as taxas exigidas para a conceção de um crédito de habitação" tornou-se num debate urgente.

 

"As pessoas querem, precisam e exigem saber com o que contar e qualquer indecisão, ou atraso de propostas efetivas, piora toda a situação e, consequentemente, o mercado imobiliário", considera Miguel Mascarenhas, CEO da agência imobiliária Imovendo.

 

Neste quadro de crise, as agências imobiliárias, enquanto agentes ativos do mercado, "devem também ser responsabilizadas e juntar-se às famílias para exigir três coisas: regulamentação do sector, melhores condições para os consultores imobiliários e limites nas comissões imobiliárias", defende Mascarenhas.

 

"Acreditamos que a regulamentação do sector deveria passar por desburocratizar processos e estruturar a relação entre intervenientes (construtores, imobiliárias, câmaras, notários, bancos e agências de crédito). Também deveria tornar mais robusta a legislação que prevê o branqueamento de capitais e o direito imobiliário, bem como um escrutínio efetivo dos negócios feitos com mediação", preconiza o cofundador da Imovendo, "proptech" que ainda recentemente promoveu um inquérito em que mais de metade dos 1.112 inquiridos defende que as imobiliárias são uma das principais causas da crise que se vive hoje no acesso à habitação em Portugal.

 

Para Mascarenhas, "se desejamos um mercado imobiliário saudável, os proprietários precisam de se sentir seguros naquele que é, muitas vezes, o negócio de uma vida. É necessário que haja uma estrutura sólida, bem como uma proximidade dos intervenientes", afirma.

 

Ora, "o rendimento dos consultores imobiliários depende, várias vezes, de promoção auto-patrocinada, sendo este dividido entre os vários níveis da agência". Além disso, "uma vasta maioria trabalha em regime de freelance, a recibos verdes", nota.

 

Para que o mercado imobiliário "seja justo", o co-fundador da Imovendo considera que "é necessário criar condições para que os consultores sejam trabalhadores mais felizes e vendedores formados, possibilitando o negócio entre agências e consequente dinamismo do mercado, garantindo o profissionalismo e a segurança dos proprietários na entrega do seu bem".

 

Como? "Uma comissão imobiliária fixa como forma de baixar o valor de venda sem que o proprietário perca com isso, contribuindo para um melhor funcionamento do mercado, uma maior rentabilidade do negócio e uma consequente redução do valor dos empréstimos para comprar casa, seria a melhor solução", eis a solução avançada por Mascarenhas.

 

Se se deseja um mercado imobiliário vigoroso, "não podemos manter lógicas de remuneração percentual, que privilegiam certas vendas – casas de valor maior correspondem a comissão maior –, em detrimento de outras – imóveis mais baratos geram menor comissão. O proprietário sai prejudicado, o mercado fica estagnado e os valores absurdos de comissão não são justificados pelo trabalho efectivo", alerta.

 

"Temos de demonstrar ao Estado que um mercado imobiliário justo e saudável é sinónimo de uma economia pujante", remata o CEO da Imovendo.

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