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Investimento em imobiliário comercial deve atingir novo recorde após ano "sensacional"

O investimento em imobiliário comercial em Portugal atingiu os três mil milhões de euros no ano passado, um valor inédito no mercado nacional, indicou esta quinta-feira a consultora imobiliária Cushman & Wakefield, que antecipa um crescimento mais moderado este ano, mas admitindo um novo recorde.

Eric van Leuven e Marta Esteves Costa apresentaram o relatório da Cushman & Wakefield Portugal Miguel Baltazar/Negócios
03 de Janeiro de 2019 às 15:12
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O investimento em imobiliário comercial em Portugal atingiu os três mil milhões de euros no ano passado, um valor sem precedentes, indicou esta quinta-feira a consultora imobiliária Cushman & Wakefield.

 

O volume de investimento em imobiliário comercial é o "maior de todos os tempos", tendo crescido 50% face a 2017. Paulo Sarmento, diretor da área de investimento da Cushman & Wakefield Portugal, explicou que os três mil milhões de euros estimados pela consultora diferem dos 3,3 mil milhões de euros referidos na véspera pela consultora imobiliária JLL porque "esta incluiu o portfólio da Fidelidade". "Nós não o fizemos porque esse portfólio incluía imóveis residenciais e, fazendo-o, teríamos de incluir outros portfolios semelhantes", acrescentou.


"O ano foi sensacional, a todos os níveis. E isto depois de um ano de 2017 que já tinha sido excepcional", sintetizou Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield Portugal, num encontro com jornalistas.


Entre os aspectos que marcaram o ano, Eric van Leuven destacou a "cada vez mais gritante falta de escritórios e habitação", o "forte crescimento da banca e seguradoras na alienação de ativos" e o "reforço da diversidade dos investidores, quer em termos geográficos quer em termos de perfil de investidor".


"Nós, obviamente, tivemos o melhor ano de sempre e por larga margem", acrescentou. "Crescemos cerca de 50% e fomos o escritório mais rentável da Europa", concluiu.


Para Marta Esteves Costa, diretora de "research" e consultoria da Cushman & Wakefield, "em 2018, assistimos a uma retoma no mercado ocupacional muito sustentada". "Foi um ano recorde, mas não nos parece que tenha sido um ‘on-off’", frisou a responsável, antevendo assim que 2019 poderá ser mais um ano recorde no mercado imobilário comercial em Portugal.


No que respeita ao mercado residencial, "há sinais de que os preços em Lisboa estão a abrandar", considerou Marta Esteves Costa.


140 novos novos hotéis até 2020

Já no segmento de escritórios, as rendas aproximaram-se dos máximos históricos em Lisboa e atingiram mesmo o valor mais elevado de sempre no Porto. A responsável destacou ainda que se atingiu o "maior volume de ‘pipeline’ (projetos agendados) desde 2007". Estão estimados 250 mil metros quadrados (m2) de novos espaços até 2021, encontrando-se 46.100 m2 em construção, detalhou.


Na área do retalho, a Cushman & Wakefield compilou dados com base numa amostra de 650 novas aberturas de espaços comerciais. O comércio de rua dominou o segmento, sendo responsável por 44% das novas aberturas.


No setor da hotelaria, 2018 assistiu à abertura de 50 novos hotéis que disponibilizam três mil novos quartos. Até 2020, a consultora prevê 140 novos projetos, com um total de 13 mil quartos. Destes projetos, 38% serão hotéis de cinco estrelas e 32% localizam-se na Área Metropolitana de Lisboa (AML).


Num horizonte mais alargado, de cinco anos, o número de projetos é de 170, com uma oferta de 15 mil novos quartos, sendo 40% hotéis de cinco estrelas e 31% na AML.


Preços mais moderados 

Marta Esteves Costa sublinhou também que o valor médio por negócio no conjunto do imobiliário comercial aumentou 55% em relação a 2017, atingindo os 52 milhões de euros.


O capital estrangeiro representou 94% do total, destacando-se como países de origem do investimento a França (28%), Espanha (21%) e Reino Unido (18%) , enquanto os EUA (13%) perderam peso. O investimento nacional cifrou-se em 160 milhões de euros.


As perspetivas para 2019, referiu a responsável, apontam para a "manutenção de bons níveis de confiança", "uma valorização do imobiliário comercial por via da subida das rendas", "algum abrandamento do crescimento do mercado", "um reforço no investimento em activos chamados ‘alternativos’ (co-working, residências de estudantes, parques de estacionamento, entre outros)" e pela "retoma da promoção imobiliária". Pela negativa, Marta Esteves Costa referiu a "falta de capacidade instalada, quer ao nível da habitação quer ao nível de escritórios".


"Prevemos que 2019 será outro ano com muita atividade, possivelmente a preços mais moderados", sintetizou.

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