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Imobiliário bate recordes em Portugal em 2018

O mercado imobiliário português registou um volume de negócios recorde em 2018, impulsionado pelo segmento do imobiliário comercial, indica um relatório da JLL divulgado esta quarta-feira.

02 de Janeiro de 2019 às 14:00
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O mercado imobiliário português bateu recordes em 2018, impulsionado pelo segmento do imobiliário comercial, indica um relatório da JLL divulgado esta quarta-feira. Segundo a consultora imobiliária, o segmento comercial terá alcançado um volume de investimento de 3,3 mil milhões de euros.

A JLL refere que "nos escritórios, a ocupação deverá ter atingido os 210.000 m2, um máximo nos últimos 10 anos e muito próximo do pico mais alto do mercado em 20 anos (atingido em 2008)".

No segmento de habitação o número de casas vendidas aumentou 19% e os preços subiram acima dos 10% no país e dos 20% em Lisboa, indica a empresa.

"O mercado imobiliário voltou a surpreender em 2018, sobretudo pela intensificação no ritmo de concretização de negócios, superando, assim, os níveis de atividade do ano anterior, já muito elevados e recorde em muitos segmentos", defende Pedro Lancastre, director geral da JLL Portugal, citado no comunicado.

"Neste momento, só a oferta é um constrangimento real a uma maior aceleração da atividade, por não conseguir ainda acompanhar a procura latente", acrescenta o responsável.

Imobiliário comercial pulveriza recordes

No segmento comercial, a JLL sublinha que os 3,3 mil milhões de euros de investimento estimado traduzem um crescimento de 74% face a 2017, ano do anterior recorde (1,9 mil milhões de euros), e praticamente iguala "a soma do volume investido no acumulado dos sete anos compreendidos entre 2008 e 2014".

O retalho, com 45% do capital transacionado em 2018, e os escritórios, com 24%, lideram as preferências dos investidores, dos quais 94% são de origem externa, destaca também a JLL.

Habitação também com elevada dinâmica

Relativamente ao segmento de habitação, a JLL detalha os números dos negócios em que participou. A consultora "vendeu mais de 600 unidades residenciais, num valor superior a 350 milhões de euros, abrangendo projetos de referência como o Pop Saldanha e o Cais de Santos, ambos em Lisboa, ou o edifício Náutico, em Cascais".

Estes números representam "um aumento do número de casas vendidas de 20% e reflete um ticket médio de 730.000 euros por operação, evidenciando a dinâmica do segmento premium nas principais zonas de Lisboa, Porto e Cascais".

Os estrangeiros (57% das vendas da JLL) "mantêm-se muito dinâmicos, com mais de 41 nacionalidades a comprar casa em Lisboa, Porto e Cascais (no segmento premium, através da JLL); destacando-se os brasileiros (25%), os ingleses (13%) e os franceses (11%). Ao mesmo tempo, os compradores nacionais estão mais ativos, quer devido à melhoria das condições económicas (crescendo o número de aquisições sem recurso a financiamento) quer ao aumento na concessão de crédito à habitação (+23% face a 2017, segundo dados dos primeiros 10 meses do ano)", destaca a consultora.

Perspetivas para 2019

Segundo Pedro Lancastre, "2019 será o ano dos projetos de maior escala e da construção de raiz, onde a produção de escritórios, lojas, hotéis e habitação, vem dar resposta ao aumento da procura e à necessária renovação do stock".

"O pipeline de novos empreendimentos a chegar ao mercado quer na habitação quer nos escritórios será de certeza mais robusto este ano e irá fortalecer-se nos próximos, mas ainda assim estamos longe dos níveis de produção que se registavam há uma década. Por isso, é absolutamente fulcral acelerar a produção de novos imóveis, sob pena de o mercado não conseguir acompanhar o ritmo da procura e perder, a prazo, o momento", adverte.

"O cenário de crescimento transversal deverá manter-se em 2019, com a atividade transacional e ocupacional a manter-se muito robusta e com os valores de venda e rendas a manterem uma tendência de subida, embora suavizada à medida que a nova oferta vá surgindo", considera o director geral da JLL Portugal.

"No investimento, poderemos ter um ano novamente forte, porque além dos ‘players’ já ativos no mercado, há a possibilidade de se criar um novo veículo – os tão noticiados REITs [Real Estate Investment Trusts, veículos caracterizados pela constituição de entidades de investimento imobiliário cotadas com um regime fiscal próprio, permitindo aos pequenos e médios investidores apostar no mercado imobiliário]– para o investimento, que poderá captar um volume de capitais muito interessante para o setor. Além disso, os portefólios de ativos imobiliários e de crédito malparado detidos pela Banca podem também animar bastante o mercado em 2019, tal como a maior atenção dos investidores nos ativos alternativos nas áreas da saúde, desporto e residências especializadas", conclui.

 

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