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Imobiliário comercial poderá ter novo ano recorde em 2019
2018 foi um ano marcado por um volume de investimento recorde no setor imobiliário, tendo chegado a 3 mil milhões de euros. Este ano, a quantia pode ser superior.
O investimento em imobiliário comercial pode acabar o ano acima da fasquia dos 3 mil milhões de euros, o recorde que foi atingido em 2018, prevê a Cushman & Wakefield.
"Encontram-se, atualmente, em fase de negociação avançada cerca de 40 operações que rondam os 1,5 mil milhões de euros. Caso estas operações se concretizem em 2019, Portugal atingirá um novo máximo histórico no volume de investimento imobiliário comercial", lê-se na comunicação enviada pela Cushman&Wakefield às redações, a propósito do relatório Marketbeat Portugal Outono 2019.
A quantia em negociação sustenta as previsões da imobiliária, apesar de o ano ter tido um início pouco animador: até junho, só haviam sido investidos 1,6 mil milhões de euros no imobiliário em Portugal, um decréscimo de 14% face ao período homólogo.
Caso se confirmem todas as operações, o volume de investimento em 2019 vai exceder o de 2018 em cerca de 100 milhões de euros. Os seis maiores negócios do ano situam-se todos, individualmente, acima desta fasquia. Do volume de investimento concretizado nos primeiros oito meses do ano, os setores de retalho e escritórios lideram com, respetivamente, 34% e 33% dos capitais alocados ao imobiliário comercial.
Desde o início de 2019 foram registadas mais de 550 operações de retalho, 71% das quais em comércio de rua. No que toca à atividade no setor de escritórios na Grande Lisboa, esta cresceu 6,6% face a 2018, com a renda prime a atingir em setembro o máximo histórico dos últimos 30 anos, os 23 euros por metro quadrado mensais. Refletindo a forte procura, mais 180.000 metros quadrados de novos espaços chegarão ao mercado até final de 2021.
Já a atividade hoteleira ganhou destaque, sendo responsável por 27% do volume transacionado. Desde o início de 2019, inauguraram em Portugal mais de 40 unidades com uma oferta total de 3.000 novos quartos, tendo sido dentro deste setor que se executou a maior operação do ano: a venda do portefólio Tivoli, da Minor, à Invesco, por 313 milhões de euros.
O capital nacional está a ganhar peso face a 2018, mas o investimento estrangeiro continuou a ser o principal impulsionador da atividade, representando 89% do total, com os investidores de origem alemã responsáveis pela maior parcela, 43%.
"Os elevados volumes de liquidez que de forma crescente se alocam ao setor imobiliário, deverão manter-se no médio prazo, tendo em conta os recentes anúncios que apontam para uma manutenção da política monetária expansionista do Banco Central Europeu." Comenta o diretor-geral da Cushman & Wakefield em Portugal, Eric van Leuven.