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Conheça o brasileiro Estevinha da SPX que comprou o “buraco” da CGD

Rogério Estevinha Xavier, que encontrou a luz profissional na Playboy, é um dos mais respeitados gestores de fundos do Brasil. Lidera a SPX Capital e surge como administrador único da empresa que comprou por 95,4 milhões o falido projeto imobiliário algarvio The Keys.

Rogério Estevinha do Amaral Xavier, fundador da brasileira SPX Capital e administrador único da empresa que adquiriu o falido projeto imobiliário algarvio The Keys.
06 de Novembro de 2020 às 14:25
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Nasceu em São Paulo, em 1968, mas mudou-se ainda criança com a família para o Rio de janeiro. Filho de um dos responsáveis pela introdução da editora Círculo do Livro no Brasil, foi aos 16 anos que, ao ler uma reportagem na revista Playboy sobre um "trader" de ações na Ásia, decidiu que "queria ser aquele cara".

 

Rogério Rodrigues Estevinha do Amaral Xavier desistiu de ser farmacêutico ou engenheiro químico e apostou no mercado financeiro. Começou no Banco de Investimento Garantia e passou pelo Banco da Bahia, mais tarde BBM, de onde saiu em 2010, juntamente com os seus colegas e amigos Daniel Schneider e Bruno Pandolfi, para fundar a SPX Capital.

 

A SPX, sigla que significa simplesmente Schneider, Pandolfi e Xavier, é hoje uma das maiores gestoras de fundos independente do Brasil, com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Nova Iorque e Washington, tendo sob gestão ativos no valor de 40 mil milhões de reais (seis mil milhões de euros).

 

Rogério Xavier, maior acionista e líder da SPX Capital, é um dos mais respeitados gurus do mercado financeiro brasileiro. Em 1991, quando se casou, mudou-se para São Paulo, mas está agora baseado em Londres. Música preferida: "Fix You", dos Coldplay.

 

Ora, Rogério Xavier surge como administrador único da SRESPX - Investimentos, a empresa que comprou o projeto imobiliário The Keys, em sede de liquidação da falida Birchview, onde a Caixa Geral de Depósitos (CGD) enterrou 307 milhões de euros, com esta insolvente a fixar-se no topo dos créditos problemáticos do banco público.

 

Na passada terça-feira, 3 de novembro, encerrado o prazo para a apresentação de propostas para a aquisição do The Keys, o administrador de insolvência da Birchview registou e adjudicou a operação à única rececionada - a da SREXPX, que ofereceu 10 euros acima do preço mínimo de 95,41 milhões de euros.

 

A SRESPX sinalizou o negócio com o pagamento de 5% do valor total, ou seja, 4,77 milhões de euros, que foram já depositados na conta da massa insolvente da Birchview.

 

O negócio com a Birchview começou torto para o banco público logo em 2007, quando a CGD era liderada por Carlos Santos Ferreira e com Armando Vara como administrador.

 

Nessa altura, a Direção-Geral de Risco (DGR) da CGD emitiu um parecer no pressuposto de que o banco iria financiar apenas 50% do projeto, o que não viria a acontecer, pois acabou por o fazer a 100%. Uma mudança de planos que não passou pela DGR, não tendo sido apresentada qualquer justificação para a falta deste parecer, segundo concluiu uma auditoria da EY.

 

Em causa estava a construção de um empreendimento imobiliário, a erguer nuns terrenos com mais de oito hectares, na zona algarvia da Quinta do Lago, sendo que existe dúzia e meia de contratos-promessa de compra e venda relativos a moradias a construir no The Keys, mas não foi efetuada qualquer venda. É que, segundo o processo de insolvência, "o empreendimento não foi concluído e também não se encontra licenciado".

 

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