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Apresentadores do Britain’s Got Talent perdem milhões no “buraco” da CGD

Ant e Dec pagaram quase três milhões de euros cada na compra de uma casa no algarvio The Keys, projeto imobiliário da Birchview, que faliu com dívidas de 307 milhões de euros ao banco público e foi agora comprado por um grupo brasileiro por 95,4 milhões de euros.

Ant e Dec (os que estão de pé, na foto), apresentadores do Britain's Got Talent, compraram casas no The Keys, empreendimento inacabado e sem licenciamento.
07 de Novembro de 2020 às 11:39
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O investimento no algarvio The Keys tornou-se desastroso para três estrelas da televisão britânica, que pagaram cerca de 7,3 milhões de euros na compra de uma casa cada um neste empreendimento promovido pela Birchview, que acabou por falir sem concluir nem licenciar o projeto.

 

Anthony David McPartlin e Declan Joseph Donnelly - mais conhecidos por Ant e Dec -, apresentadores do Britain’s Got Talent, são dois dos credores da Birchview, reclamando 5,6 milhões de euros de créditos, por conta dos contratos-promessa de compra e venda firmados, a que acrescem cerca de 1,5 milhões entre juros e pedidos de indemnização.

 

Tinham pago duas casas que incluíam duas piscinas – uma na cobertura e outra no subsolo, com cinema e bar, entre outros luxos.

 

Também Phillip Schofield, outra estrela da estação televisiva ITV, ficou "a arder" com 1,6 milhões de euros, valor que pagou por uma casa no The Keys. Em sede de insolvência, reclamou também 169 mil euros em juros e 500 mil euros a título de indemnização.

 

Além destes três investidores, outros 15 fizeram contratos-promessa de compra e venda de moradias de luxo no The Keys, mas todos eles dificilmente verão um cêntimo do que aqui deixaram.

 

É que, liquidados os 1,1 milhões de euros reclamados pelo Fisco, o restante dinheiro resultante da venda dos ativos da Birchview deverá ter como destinatário o credor hipotecário, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que aqui "enterrou" 307 milhões de euros.

 

Falhada a primeira tentativa de venda do The Keys, em agosto passado, por um valor base então fixado em 110 milhões de euros, o mega projeto imobiliário voltou à praça por 95,41 milhões de euros e foi agora adjudicado à SRESPX – Investimentos, que ofereceu 10 euros acima do valor mínimo fixado para o efeito.

 

Na passada terça-feira, 3 de novembro, encerrado o prazo para a apresentação de propostas para a aquisição do The Keys, o administrador de insolvência da Birchview registou e adjudicou a operação à única oferta rececionada.

 

A SRESPX sinalizou o negócio com o pagamento de 5% do valor total, ou seja, 4,77 milhões de euros, que foram já depositados na conta da massa insolvente da Birchview.

 

A entidade compradora tem como administrador único Rogério Estevinha Xavier, fundador e líder da brasileira SPX Capital, uma das maiores gestoras de fundos independente do Brasil, com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Nova Iorque e Washington, e que tem sob gestão ativos no valor de 40 mil milhões de reais (seis mil milhões de euros).

 

Rogério Xavier é um dos mais respeitados gurus do mercado financeiro brasileiro.

 

O negócio com a Birchview começou torto para o banco público logo em 2007, quando a CGD era liderada por Carlos Santos Ferreira e com Armando Vara como administrador.

 

Nessa altura, a Direção-Geral de Risco (DGR) da CGD emitiu um parecer no pressuposto de que o banco iria financiar apenas 50% do projeto, o que não viria a acontecer, pois acabou por o fazer a 100%. Uma mudança de planos que não passou pela DGR, não tendo sido apresentada qualquer justificação para a falta deste parecer, segundo concluiu uma auditoria da EY.

 

Em causa estava a construção de um empreendimento imobiliário, a erguer nuns terrenos com mais de oito hectares, na zona algarvia da Quinta do Lago.

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