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Sonangol de saída da Galp? “Estrutura accionista é diferente do BCP”, diz CEO
Carlos Gomes da Silva prefere não comentar a eventual saída da Sonangol do capital da Galp. Mas relembra que, ao contrário do BCP a petrolífera angolana não é um accionista directo.
O presidente executivo da Galp, Carlos Gomes da Silva, não comenta a possibilidade de a Sonangol sair do capital da petrolífera portuguesa Mas alerta que as posições que a angolana tem no BCP e na Galp são distintas.
"Não costumo pronunciar-me sobre accionistas. Mas a nossa estrutura accionista é diferente da que tem no BCP", disse o responsável aos jornalistas à margem da cimeira de GPL e Gás Natural que está a decorrer em Lisboa.
Carlos Gomes da Silva respondia às perguntas sobre a possibilidade de a Sonangol sair do capital da Galp, uma informação que foi avançada pelo presidente de Angola, João Lourenço, em entrevista ao Expresso. Quanto ao BCP, João Lourenço garantiu na visita a Portugal que a participação é para manter.
A Sonangol tem uma posição indirecta na petrolífera portuguesa através da Amorim Energia. Esta "holding" controla 33,34% da empresa portuguesa e é detida a 55% pela família Amorim e a 45% pela Esperanza. Este veículo, criado pelos angolanos, por sua vez, tem como accionistas a Sonangol (60%) e Isabel dos Santos (40%), sendo-lhe, pois, atribuída uma fatia de 15% da Galp.
Tendo em conta esta estrutura, "acho que o que está em discussão não parecem ser acções da Galp. Mas não me pronuncio sobre isso".
A decisão da Sonangol de sair da Galp já havia sido anunciada pelo Negócios, na sua edição de 14 de Agosto. E recentemente foi confirmada em entrevista ao Expresso pelo presidente de Angola, João Lourenço. A presença na Galp "não deixa de ser uma dispersão [da Sonangol] e, por esta razão, e porque a tendência é esta, é muito pouco provável que a Sonangol se interesse em ter uma posição na Galp. (...) Não estou a dizer que vamos sair amanhã. Estou a dizer apenas que a tendência é essa", afirmou o chefe do Estado angolano.
Após este anúncio, como o Negócios noticiou, duas grandes petrolíferas internacionais já mostraram interesse em comprar a posição da Sonangol, e uma delas está mesmo a planear abrir um escritório de representação em Lisboa.