Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Galp alerta que política fiscal de curto prazo põe em causa investimento

Carlos Gomes da Silva considera que a Europa não tem consolidada “uma visão global e de longo prazo”. E admite que apesar de haver possibilidade de renovar contrato com a Nigéria, não será nas mesmas condições.

Miguel Baltazar/Negócios
28 de Novembro de 2018 às 16:46
  • ...

O presidente executivo da Galp alertou que enquanto não houver "uma visão global e de longo prazo" na política fiscal de energia na Europa será difícil as empresas decidirem investimentos. Quanto ao eventual alargamento do imposto petrolífero ao gás natural usado para produzir electricidade, Carlos Gomes da Silva refere que para a Galp não teria impacto, uma vez que o peso dos negócios no mercado nacional "é cada vez menor".

"Acho que os governos e a Europa ainda não têm consolidada uma visão global e transversal e tem que o fazer. Isto não pode ser uma política para três anos, cinco anos ou dez anos. Tem de ser uma política de longo prazo em que continuo a acreditar que a tecnologia vai ser a grande solução", disse o gestor, à margem da cimeira que reúne empresas de gás natural liquefeito (GNL) que está a decorrer esta semana em Lisboa.

Questionado sobre se a intenção do Governo estender o imposto petrolífero ao gás natural usado para produzir electricidade teria impacto para a Galp respondeu: "Felizmente para nós a resposta é não. O peso dos nossos negócios em Portugal e na Ibéria é cada vez menor, não porque estejamos a reduzir o investimento. Nos últimos 12 anos investimos em Portugal 4.340 milhões de euros", sublinhou.

No entanto, lamentou que este tipo de medidas, "mais uma vez, são a demonstração de que a política fiscal tende normalmente a contradizer aquilo que é o mérito tecnológico e o mérito ambiental", dando como exemplo a situação nos anos 80 quando as políticas fiscais favoreceram o gasóleo em detrimento da gasolina.

No que toca aos contratos de abastecimento de GNL com a Nigéria, que termina entre 2021 e 2015, Carlos Gomes da Silva não fechou a porta à renovação do mesmo, mas admitiu que a acontecer não será nas mesmas condições.

A renovação deste contrato que a Galp tem, em consórcio com a Total, Eni e Shell, "nem é provável, nem é possível. É uma possibilidade". "O que se observa é que há muito projecto que está em pipeline para sair para o sistema. Não estamos constrangidos a um ou outro fornecedor. Esta globalização do GNL também nos está a dar esta perspectiva de poder redesenhar o nosso portefólio de maneira mais competitiva e menos dependente", acrescentando.

"É uma parte de um puzzle que passa por ter diferentes tipologias de contratos, com durações e volumes menores e cláusulas de destino mais flexibilizadas e partilha de risco entre produtor e consumidor", acrescentou, relembrando que a data em que termina este contrato coincide com o arranque na produção em Moçambique".

 

 

Ver comentários
Saber mais Galp Nigéria GNL Carlos Gomes da Silva
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio