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Seca no Brasil pode pesar até 200 milhões nas contas da EDP

As contas da EDP deverão voltar a ser afectadas este ano, tal como em 2014, com o impacto da seca na produção hidroeléctrica no Brasil. António Mexia garante que a companhia está a tomar medidas para limitar o impacto.

15º António Mexia, EDP - Energias de Portugal (Entrada Directa)
Bloomberg
03 de Junho de 2015 às 09:47
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A maior seca das últimas décadas no Brasil ameaça ter um impacto negativo nas contas da EDP. As receitas da eléctrica portuguesa poderão cair entre 150 a 200 milhões de euros devido ao impacto da seca nas centrais hidroeléctricas, revelou António Mexia.

"Esperemos que seja menor do que isso", disse o presidente executivo da companhia à margem da conferência da Eurelectric em Berlim, citado pela Reuters.

Mexia disse esperar que o impacto negativo da seca fique à volta da "estimativa mais conservadora", isto é, pelos 150 milhões de euros ou "mesmo abaixo".

O Brasil foi responsável por 17% do EBITDA da EDP em 2014. A contribuição da operação para o grupo EDP cresceu 3% entre 2013 e 2014, mais 18 milhões para um total de 619 milhões de euros.

Mas, apesar deste crescimento, as contas da EDP Brasil em 2014 foram afectadas pelos custos mais altos de electricidade resultantes da seca extrema, menos 121 milhões de euros face a 2013, excluindo o impacto cambial.

O impacto da seca no Brasil assume particular importância no sector da energia. Mais de 75% da energia é produzida a partir de centrais hidroeléctricas, o segundo valor mais alto no mundo a seguir à China, segundo dados da Agência Internacional de Energia.

O presidente da EDP sublinhou que a energética está a tomar medidas para limitar o impacto da seca e que muito depende se o Brasil decidir avançar para o racionamento de água. "Os próximos três meses vão ser cruciais. Estamos a tomar medidas para compensar a seca".

Os contratos da EDP Brasil preveêm que se uma central hidroeléctrica não produzir a quantidade de energia a que se comprometeu, precisa de comprar energia no mercado, o que pode custar o dobro do preço previsto nos contratos.

 

Os reservatórios da EDP no Brasil estão agora ligeiramente acima de 30%, com o CEO da energética a estimar que no final da época seca, entre Maio e Novembro, o nível dos reservatórios deverá estar nos 20% para evitar problemas.

O Governo de Dilma Rousseff e o regulador brasileiro têm estado a trabalhar para limitar o consumo de água através de um novo sistema tarifário, apontou António Mexia, o que vai tornar o sistema mais sustentável.

A EDP segue a desvalorizar 0,45% para 3,547 euros na bolsa de Lisboa na sessão desta quarta-feira.

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