Os lucros ajustados da Repsol caíram de 415 milhões de euros no terceiro trimestre de 2014 para 159 milhões de euros (menos 61,7%) no período homólogo de 2015, anunciou esta quinta-feira, 12 de Novembro, em comunicado. Estes resultados ficaram aquém das estimativas dos 18 analistas consultados pela Bloomberg e que perspectivavam lucros de 201,6 milhões de euros.

No que diz respeito aos lucros não ajustados, a empresa reportou um prejuízo de 221 milhões de euros no terceiro trimestre de 2015.

Os prejuízos no terceiro trimestre reflectem um acto único de provisões nas unidades de gás e energia, escreve a Bloomberg.

A Repsol está entre os produtores de petróleo internacionais a sofrer um recuo de 40% no preço do petróleo no último ano. Tal como as outras empresas no sector, vendeu activos e cortou nos investimentos para suportar o abrandamento do negócio, à medida que persiste o excesso de oferta de petróleo no mercado, refere a agência de notícias.

A empresa sediada em Madrid também a dívida aumentar depois de adquirir em Maio a Talisman Energy, por 13 mil milhões de dólares (12,10 mil milhões de euros).

O relatório de contas "confirma a nossa visão negativa", diz Ahmed Ben Salem, analista da Oddo & Cie, citado pela Bloomberg." O grupo precisa de reduzir muito os seus custos para se adaptar aos novos preços do petróleo", acrescentou.

Os prejuízos líquidos ajustados na divisão de exploração e produção – upstream – foram de 395 milhões de euros, um recuo significativo quando comparado com lucros de 185 milhões de euros registados no mesmo período do ano passado. A Repsol atribuiu este recuo aos baixos preços do petróleo, aos maiores custos de exploração e à quebra de produção na Líbia, escreve a Bloomberg. A produção total aumentou 79% para uma média de 653 mil barris por dia, com a Talisman a contribuir para quase metade deste valor, disse a empresa em comunicado.

No segmento de refinaria e marketing – downstream – a empresa reportou um resultado líquido ajustado de 682 milhões de euros, mais do triplo do valor alcançado um ano antes, depois das margens das refinarias terem aumentado. Desde que começou o colapso do mercado de petróleo, a meio de 2014, o preço reduzido da matéria-prima aumentou os lucros em empresas com operações de refinaria. Comparando os valores de 2014 e 2015, a margem do segmento de refinaria da Repsol aumentou de 3,90 dólares por barril para 8,80 dólares o barril no terceiro trimestre.

A dívida líquida da Repsol aumentou de 1,9 mil milhões de euros para 13,1 mil milhões de euros no terceiro trimestre, face à integração dos custos associados à Talisman.

A Repsol revelou este mês um plano para os próximos cinco anos, onde prevê vender activos no valor de 6,2 mil milhões de euros e reduzir o investimento em 38%.