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Parceira da Galp no lítio despede 1.600 pessoas e trava expansão da fábrica de baterias na Suécia

Destes trabalhadores, 1.000 pertencem à fábrica de  Skellefteå, aos quais se somam mais 400 da unidade de Västerås e 200 de Estocolmo. 

A Galp e a Northvolt anunciaram uma parceria a 14 de dezembro, mas apenas agora é conhecida a localização.
Mario Cruz/Lusa
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Poucos dias depois de ter recebido uma nega do Governo de Estocolmo para resgatar a empresa, que enfrenta neste momento uma crise por causa de dificuldades financeiras, a sueca Northvolt revelou mais detalhes sobre a revisão do seu plano estratégico e anunciou que vai despedir 1.600 pessoas. Destes trabalhadores, 1.000 pertencem à gigafábrica de  Skellefteå (chamada "Northvolt 1"), aos quais se somam mais 400 da unidade de inovação Northvolt Labs, em Västerås, e mais 200 dos escritórios de Estocolmo. 

Sobre o futuro projeto Aurora, para construir em parceria com a Galp uma refinaria de lítio em Portugal (Setúbal), a empresa sueca continua a não se pronunciar no âmbito da revisão estratégica em curso. 

A gigante europeia de baterias elétricas, que quer competir com a americana Tesla e com as fabricantes asiáticas, refere que esta "revisão das operações na Suécia serve para garantir que todos os seus recursos se concentram na aceleração da produção na produção de baterias em grande escala", prevendo-se que "estas medidas resultem no despedimento de aproximadamente 1.600 funcionários da Northvolt", estando neste momento as negociações sindicais em curso.

Criada em 2016, a Northvolt emprega mais de 6.500 pessoas de mais de 100 nacionalidades. Só em Skellefteå, cuja primeira fase de fabrico de baterias ocupará 500 mil metros quadrados (o equivalente a 71 campos de futebol, trabalham mais de 3.500, número que será agora reduzido. Quando estiver totalmente operacional, terá uma capacidade de 60 GWh, ou seja, o suficiente para produzir baterias para um milhão de veículos por ano. Até 2030, a Northvolt quer ter uma capacidade instalada de 150 GWh. 

O objetivo para a empresa neste momento - ao "ajustar as suas ambições de curto prazo" - passa por "concentrar-se no arranque da primeira fase de 16 GWh da fábrica de Skellefteå, para dar prioridade aos compromissos com os seus atuais clientes do setor automóvel".

"Esta prioridade é apoiada por um programa de aceleração recentemente introduzido, destinado a aumentar ainda mais os níveis de produção. O programa já está a mostar resultados e contribuiu para que a produção de baterias triplicasse desde o início deste ano", refere a empresa em comunicado.

"Embora o impulso para a eletrificação permaneça forte, precisamos de garantir que tomamos as ações certas no momento certo, em resposta aos ventos contrários no mercado automóvel e ao clima industrial. Precisamos de agora concentrar toda a energia e investimentos no nosso negócio principal. O sucesso no aumento da produção na fábrica "Northvolt 1" é fundamental para entregar as encomendas aos nossos clientes e permitir operações comerciais sustentáveis", disse Peter Carlsson, CEO e cofundador da Northvolt.

E sublinhou que "os registos recentes de produção mostram que estamos no caminho certo, mas as decisões que tomamos hoje, por mais difíceis que sejam, são necessárias para o futuro da Northvolt". 

Em Skellefteå, na Suécia, a expansão da unidade industrial já existente será assim suspensa. Este projeto de construção de uma nova unidade aa "Northvolt 1" pretendia fornecer 30 GWh adicionais de capacidade anual de fabrico de baterias. A decisão segue o anúncio, feito no início deste mês, de "congelar" a atividade de parte da fábrica. 

Em Västerås, também na Suécia, os programas do projeto Northvolt Labs também serão desacelerados, apesar de este campus de inovação na área das baterias e desenvolvimento de produtos se manter operacional. Também nos escritórios em Estocolmo as equipas serão reduzidas. 

"Esta redefinição das operações é fundamental para garantir uma operação e uma base de custos sustentáveis. Para conseguir isto, é necessária uma redução da força de trabalho de aproximadamente 20% a nível global e de 25% na Suécia", explicou a Northvolt.  
 
A empresa garante que "está mais do que nunca comprometida com a sua intenção fundadora de estabelecer uma base industrial europeia local para a produção de baterias".

"As decisões anunciadas hoje são desafiadoras e dolorosas. Eu e os meus colegas da Northvolt faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar os colegas que eventualmente deixarão a empresa. As decisões são, no entanto, necessárias para se ajustar às realidades actuais e permitir o sucesso a longo prazo da Northvolt", rematou o CEO. 

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